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Após longa espera, Mestre Ambrósio lança xote dançante para São João

Grupo pernambucano reverencia musicalidade nordestina que o consagrou nas décadas de 1990 e 2000

Na estreita linha entre a cultura popular e a música pop, o Mestre Ambrósio fazia desse limite um espaço para o arrasta-pé. Após um intervalo de 23 anos sem novos trabalhos, a banda pernambucana revitaliza o ambiente outrora deserto para embalar os casais apaixonados nas festividades de junho. O single Pela Janela, que está disponível a partir desta sexta-feira nas plataformas digitais, marca o renascimento do grupo na indústria fonográfica, após cerca de um ano e meio de retomada dos shows ao vivo. A música cultiva a expressão poética e musical típicas do Nordeste e dos “Ambrósios”, que se misturam de forma única, fazendo da dança uma viagem ao inconsciente onde o sorriso se abre como uma janela. 

Durante duas décadas, a banda esteve afastada dos palcos. Mas em 2022, num gesto de celebração, o sexteto composto por Sérgio Cassiano (vocal e percussão) (vocal, guitarra e rabeca), Eder “O” Rocha (percussão), Helder Vasconcelos (fole de 8 baixos, percussão e coro), Mazinho Lima (baixo e coro) e Mauricio Bade (percussão e coro) se reuniu em homenagem aos 30 anos do Manguebeat e da fundação do grupo. Embora a decisão sobre o single tenha sido tomada mais tarde, já havia um pressentimento sobre o próximo passo. “Essa atmosfera de música nova sempre esteve presente”, enfatiza Helder Vasconcelos ao Viver.

Desde o último lançamento, Terceiro Samba (2001), o mercado fonográfico passou por diversas mudanças. Ao contrário do que ocorria naquela época, quando todas as músicas eram divulgadas junto com o álbum, a tendência agora é que os artistas lancem faixas isoladas, conhecidas como singles, antes do disco completo. Pela Janela marca a entrada do Mestre Ambrósio no atual modelo de oferta e consumo de música. “Quando gravamos o último disco, não existia essa história de gravar e lançar singles. Então, tivemos que nos adequar a uma dinâmica diferente”, aponta o percussionista. 

Capa do single, assinada pelo coletivo audiovisual Fiteiro traz o abraço como símbolo central

As identidades e o som permanecem, mas a vida dos “Ambrósios” mudou muito desde os anos 2000, quando realizavam turnês pela Europa e Japão. Atualmente, eles precisam conciliar outras responsabilidades e projetos - entretanto, Helder sinaliza que o quarto disco ainda pode acontecer. “Tudo que fizemos ou podemos fazer está no horizonte. O álbum também está aí, mas aguardamos o momento certo. Estamos indo com tranquilidade nessa programação. Temos uma dinâmica diferente agora. Nos anos 90 e início dos anos 2000, o Mestre Ambrósio ocupava 100% do nosso tempo. Era a principal atividade de cada integrante, e tínhamos uma dinâmica diferente”.

Mestre Ambrósio está confirmado no encerramento do São João do Recife, no Pátio de São Pedro, em 30 de junho. Será o primeiro show da banda desde a apresentação no Carnaval de Olinda. “Estamos ansiosos para curtir essa data aqui. Infelizmente, foi só uma data; até nos organizamos para fazer mais coisas por aqui, mas não deu. Estamos com essa boa expectativa para o dia 30, porque sempre há essa sensação muito agradável de tocar em casa, nesse clima junino. O Pátio de São Pedro é um lugar muito importante para nós, fizemos coisas memoráveis lá”, finaliza Helder.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco