ARTE-EDUCAÇÃO

Projeto 'Pandeirada' leva aulas de percussão para comunidades do Recife

As oficinas acontecem na Livroteca Brincante do Pina e na sede do Movimento Pró-Criança, até a quinta-feira (5), atendendo a 40 crianças e adolescentes

Publicado em: 01/07/2024 13:37 | Atualizado em: 01/07/2024 20:26

 (Foto: Fernando S)
Foto: Fernando S
Dois músicos vão levar aulas de pandeiro para duas comunidades do Recife, a Comunidade do Bode e os Coelhos, começando nesta segunda e seguindo até a quinta-feira (5). Dannielly Yohanna e Isaac Souza, artistas com larga experiência na arte-educação e com instrumentos percussivos, serão os oficineiros das aulas que acontecerão na Livroteca Brincante do Pina e na sede do Movimento Pró-Criança, atendendo a mais de 40 crianças e adolescentes selecionados por meio de uma inscrição disponível nas duas ONGs. O projeto, com produção da artista e produtora cultural Marcela Souza, conta com incentivo da Lei Paulo Gustavo no Recife.

As aulas têm como foco oferecer a vivência nos ritmos do coco de roda, samba e capoeira, voltado para crianças e adolescentes das comunidades e arredores que, para participarem, deverão estar obrigatoriamente matriculadas regularmente numa escola na rede pública. Os participantes receberão certificados ao fim das aulas.

“Queremos impactar diretamente os estudantes da comunidade e transformar o recesso escolar das crianças dessas comunidades com uma atividade educativa, que possa despertar o interesse futuro pela música, seja como profissão ou lazer, tirando o tempo ocioso que podem os deixar em vulnerabilidade social”, opina Dannielly Yohanna, que conta com experiência em formação há mais de dez anos.

A proposta é realizar duas oficinas formativas com quatro aulas cada. Neste ciclo, os alunos passarão por exercícios de percepção rítmica e prática de instrumento, e também serão apresentados à compositores e compositoras destes ritmos para que possuam repertório de estudo após o projeto ser encerrado.

O instrumento escolhido foi o pandeiro pela sua capacidade de desenvolver ambas as mãos, pela presença nos diversos ritmos da cultura popular, pela sua popularidade nacional e seu baixo valor econômico dentre as percussões. “Também porque acreditamos que este pode ser a porta de entrada para compreender o ritmo mais facilmente e posteriormente migrar para outros instrumentos”, ressalta Isaac Souza.

Para ele, a habilidade de tocar um instrumento pode ser a porta de entrada para uma carreira profissional na música, para pertencer a algum grupo percussivo ou de música tradicional (como maracatu, caboclinhos e afoxés), ou apenas para que isto desperte a atenção para o samba, coco de roda e capoeira. “Canções que retratam a vida de artistas que pertenceram e pertencem, historicamente, ao mesmo grupo social dos jovens que participarão das oficinas”, revela o músico.
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