Cadernos

DP+

Blogs

Serviços

Portais

Viver

Arlete Salles traz 'Ninguém Dirá que é Tarde Demais' ao Teatro do Parque

Peça escrita pelo neto da atriz, Pedro Medina (que também estrela), teve um circuito de sucesso em São Paulo e no Rio de Janeiro e chega ao Parque em três apresentações


Em um momento particularmente atribulado de sua carreira, Arlete Salles, aos 86 anos, empresta sua energia produtiva para uma turnê que já vem angariando sucesso desde suas temporadas em São Paulo, no Rio de Janeiro e em outras cidades do Brasil, chegando agora ao Recife. O espetáculo de comédia 'Ninguém dirá que é tarde demais', texto de Pedro Medina (neto da atriz), com quem contracena juntamente com Alexandre Barbalho (filho), chega ao palco do Teatro do Parque para três apresentações, hoje, amanhã e domingo, às 20 horas nos dois primeiros dias e 19 horas no último, abordando o amor na terceira idade a partir da ideia do isolamento social durante a pandemia.

Com direção de Amir Haddad, parceiro de longa data da atriz, que propõe uma encenação cômica para contar a história dos vizinhos Luiza (Arlete) e Felipe (Edwin Luisi) que, durante a fase intensa da covid-19, tem de enfrentar diferentes processos em suas vidas. Ela recebe em casa o neto Márcio (Pedro Medina) e ele, por problemas financeiros, vai morar com o filho Mauro (Alexandre Barbalho). O encontro ocasional desses dois personagens vai desencadear a peça que o público vai descobrindo de maneira gradual, através de uma sensibilidade interconectada com o senso de humor.

O amor, o etarismo e os distintos processos da solidão estão entre os tópicos de discussão do texto de Medina, que tenta elaborar e entender o que se passou em termos de perdas durante aquele período e como isso ainda reverbera no agora. O dramaturgo rapidamente conquistou a avó. "Desde que ele era muito novo eu já sabia que se tratava de um rapaz tremendamente talentoso e estudioso, mas mesmo assim fiquei surpresa com a qualidade de autoria que ele demonstra através desse trabalho", afirmou Arlete Salles em entrevista ao Viver.

"Eu tenho muito orgulho desse espetáculo, não só por ter sido escrito por Pedro mas porque estamos em três diferentes gerações no palco, eu, meu filho e meu neto, o que é uma coisa muito especial e muito rica também. E a presença de Edwin Luisi, que também é um grande ator, abrilhanta ainda mais o espetáculo. É um texto de uma sensibilidade e uma inteligência incríveis, que coloca dois personagens com uma idade avançada para mostrar como as coisas realmente só acabam quando fecham as cortinas da vida, mas até lá, existe muita vida para quem tem amor a ela. É, sim, possível ser feliz e realizar sonhos independente da sua idade, e eu acho que a peça fala muito sobre isso, e de uma maneira muito bonita", explicou Arlete.

Protagonizando a novela Família é tudo, fazendo participações marcantes no cinema, como no premiado Tia Virgínia e o sucesso de público Minha irmã e eu, a atriz conta ainda como é estar tão ativa em diferentes frentes artísticas e como isso a motiva a seguir em frente com mais trabalhos. 

"Eu fiz um filme com Regina Casé, estou trabalhando na novela e agora trazendo a peça ao Recife, então estou realmente trabalhando bastante e acho isso muito bom porque o trabalho renova, revigora, principalmente quando a gente chega na minha idade por exemplo. Então, apesar de muito cansada, o que é natural, sou muito satisfeita por estar em um momento tão produtivo da minha vida e realizando o meu melhor dentro da minha carreira", comenta a atriz. "E particularmente quando estou chegando no Recife sou tomada por uma emoção diferente, de alegria de rever a minha terra e sentir os sabores e cheiros da minha terra", completou Arlete. 

Outro parente que participa da peça é Lucio Mauro Filho, enteado de Arlete, irmão de Alexandre e tio de Pedro, que assina a direção musical do espetáculo junto com Máximo Cutrim. “Fiquei feliz demais com meu sobrinho me dando emprego (risos) e me trazendo para esse lugar quente e amoroso, que é trabalhar em família. Pedro inseriu a pandemia na dramaturgia, como pano de fundo para o momento que estávamos vivendo, foi um gol”, disse Lucio.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco