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Atração do Lollapalooza 2025, Sofia Freire estreia show ''Ponta da Língua'' nesta quarta-feira

Projeto da artista pernambucana foi considerado um dos melhores álbuns da música brasileira no primeiro semestre

Sofia Freire é a sensação da música pernambucana em 2024

Entre nomes de peso como Justin Timberlake e Alanis Morissette, o sotaque pernambucano tem tudo para roubar a cena no Lollapalooza 2025, especialmente com Sofia Freire. A cantora, compositora e produtora de Recife se destacou com o álbum Ponta da Língua, amplamente elogiado pela crítica, que abriu caminho para o maior palco de sua carreira. Para brindar suas origens e o público recifense, Sofia estreia ao vivo seu terceiro e principal disco em duas apresentações no Recife, amanhã e quinta-feira (26), no Teatro Marco Camarotti, SESC Santo Amaro. Os ingressos, a partir de R$ 30 (meia-entrada), estão disponíveis no site Sympla.

Os desdobramentos de Ponta da Língua refletem o esforço que Sofia investiu para torná-lo realidade - desde assumir todas as responsabilidades criativas até usar recursos do próprio bolso. “Eu gravei e produzi tudo no meu quarto, em um esquema bem 'faça você mesmo', porque era o que eu tinha”, comenta a multiartista. Sem disfarçar a surpresa com o convite do Lollapalooza, ela celebra a oportunidade de cantar para milhares de pessoas. “Eu não planejei isso, sabe? Não houve um trabalho de promoção, produção, ou empresariamento no sentido de entrar em contato e tentar me inserir na programação do festival. Eu recebi o convite, meio que do nada, chegou no meu e-mail, e eu fiquei surpresa. Estou super animada, muito feliz mesmo”.

Em nove faixas, Sofia, que é pianista de formação, foge da mesmice e leva o ouvinte a uma jornada sonora autoral e psicodélica pelo dark pop, onde revela seu amadurecimento musical e pessoal desde os antecessores Garimpo (2015) e Romã (2017). Para isso, emprega sintetizadores e arranjos experimentais. ”Meus dois álbuns anteriores são reflexos de épocas em que eu tinha certas ferramentas e consegui chegar até um certo ponto. Hoje, disponho de novas ferramentas técnicas e emocionais, que estão sendo impressas neste trabalho. Daqui a algum tempo, já terei outra maturidade, passando por outros processos, e isso também será refletido de maneira diferente”, projeta.

A presença no line-up do Lollapalooza proporciona uma visibilidade incomum para artistas independentes, como é o caso de Sofia Freire, e pavimenta a assinatura com grandes gravadoras. Embora os benefícios sejam sedutores, a liberdade criativa é fundamental para a artista, algo que nem sempre é garantido na indústria musical. “Pessoalmente, valorizo muito a minha autonomia, especialmente a criativa. Essa independência surge da minha necessidade artística de estar à frente de tudo; é uma satisfação pensar em cada detalhe. Eu me vejo não apenas como artista e compositora, mas também como produtora musical”.

As apresentações no Recife trazem o repertório inédito de Ponta da Língua e uma nova formação com Homero Basílio na bateria e Miguel Mendes nos sintetizadores, além de versões alternativas de músicas dos álbuns anteriores. Sofia deseja fazer do palco do Teatro Marco Camarotti um laboratório para testar novas ideias e formatos, sem abrir mão da identidade sonora do álbum. Por isso, uma bateria eletrônica foi desenvolvida especificamente para o show, assegurando fidelidade à essência de Ponta da Língua, particularmente no que diz respeito aos timbres.

“Os timbres dos sintetizadores são fundamentais, já que o disco é inteiramente construído com sintetizadores. Estamos extraindo esses timbres e executando tudo ao vivo, o que traz uma experiência diferente. Está ficando realmente incrível!  Estamos numa vibe experimental, enxergando esse show como uma oportunidade de pesquisa. Queremos explorar sampling digital e investigar como usar a tecnologia a nosso favor”, explica Sofia. 

Com Homero Basílio e Miguel Mendes ao seu lado, a cantora experimentará pela primeira vez a divisão das atenções no palco. Ela tomou essa decisão ao perceber que estava fazendo algo totalmente novo. “Desde o início da produção do álbum, quando já tinha as composições definidas, percebi que as músicas apresentavam estruturas diferentes, mais complexas. Eu até poderia tocar sozinha, mas pensei que isso não ficaria interessante nem seria visualmente atraente. Este disco tem uma lógica totalmente distinta, e eu sinto que preciso montar uma banda para conseguir transmitir essa nova proposta de forma mais eficaz”, aponta.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco