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Ciano Alves, flautista do Quinteto Violado, morre aos 65 anos

Banda comunicou a morte do músico em suas redes sociais


A música pernambucana se despediu com tristeza de Ciano Alves, músico que integrou o Quinteto Violado por 43 anos como flautista. Seu falecimento foi confirmado nesta segunda-feira (30/09) nas redes sociais do grupo. Em nota, o Quinteto expressou pesar pela perda de um de seus membros mais antigos e reiterou a gratidão a Ciano, cuja humanidade transcendia seu talento musical. Ele será velado nesta terça-feira (1º/09), das 7h às 10h, no Morada da Paz, em Paulista, com o sepultamento logo em seguida.
 
“É com triste pesar que informamos a todos sobre o falecimento do nosso irmão Ciano Alves, esse gênio da música, o nosso mago da flauta. Ele deixou um legado de mais de 40 anos de música com o Quinteto Violado. Fica aqui nossa eterna gratidão e carinho a esse ser humano, que em vida foi uma das almas mais generosas e bondosas que pudemos conhecer. Vá em paz, Ciano; que seu legado será lembrado para sempre por nós e por todos que te admiravam!”, diz a banda em postagem comovente.
 
A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, lamentou a morte do músico. "Como um dos integrantes de um dos mais longevos e tradicionais grupos recifenses, ele deixa um legado valioso de contribuição para o dicionário musical pernambucano. Na cidade que até a Unesco declarou ser criativa e musical, artistas como Ciano Alves, que devotam a vida inteira aos palcos, confirmam a força, a riqueza cultural e a história de um povo todo".

Luciano Alves, nascido em Garanhuns, no Agreste pernambucano, em 1959, entrou para o Quinteto em 1979, assumindo o lugar de Zé da Flauta, embora ainda não fosse flautista profissional. José Teles, autor da biografia do Quinteto Violado, publicada em 2012, relembra o momento em que Ciano lhe contou sobre o convite. “Ele me contou, foi prum quarto de casa, escutou todos os LPs do Quinteto Violado, e tirou todas as partes da flauta, tanto as de Zé quanto as de Sando, o flautista que participou dos primeiros álbuns do grupo."

Em 2022, quando o Quinteto Violado completou 50 anos, a biografia foi revista, aumentada e republicada pela Cepe. “Dessa vez recorri à otima memória de Ciano. Ele se lembrava de tudo, nos mínimos detalhes, dos seus então 43 anos de banda”, relata Teles. Ciano enfrentava problemas de saúde há algum tempo. Em setembro do ano passado, ele se afastou dos palcos após passar cerca de duas semanas internado em um hospital no Recife. ‘"Quero tranquilizar os amigos e fãs, e dizer que em breve estarei de volta ao meu lar e também aos shows junto com o Quinteto Violado", disse em sua última postagem no Instagram.

“O Quinteto Violado, e a música brasileira perderam um músico de um imenso talento, uma pessoa de uma simplicidade comovente,  um grande cara que, vez por outra, frequentava nossa mesa na rua do Bar Central, de quem todo mundo gostava”, lamenta José Teles. “Talvez nem ele tivesse consciência do valor que tinha”, conclui o jornalista. 

Leia a notícia no Diario de Pernambuco