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Lula Queiroga retorna ao Teatro do Parque para lançar novo disco: ''Amo esse teatro''

Nesta quinta-feira, cantor sobe ao palco com músicas do álbum ''Capibaribum'', uma homenagem ao Rio Capibaribe, além de grandes sucessos de sua carreira.

Lula Queiroga apresenta ''Capibaribum'' em show nesta quinta-feira

O Rio Capibaribe, cuja correnteza circula nas veias do Recife, ganha novas pontes com os versos de Capibaribum, o mais recente trabalho de Lula Queiroga. Amanhã, às 20h, as águas de sua poesia estarão agitadas no Teatro do Parque, onde o cantor e compositor apresentará seu sexto álbum ao público pernambucano em sessão única. Os ingressos estão à venda on-line no site Sympla. As entradas custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada).

O repertório do show será composto por faixas do novo projeto, entre elas A Curva da Luz, Passagem Secreta e Cerca Viva. O cantor também revisita alguns sucessos de discos anteriores como Noite Severina (parceria com Pedro Luís), Se Não For Amor Eu Cegue (parceria com Lenine) e Ah, se eu vou. Embora tenha sido lançado há pouco tempo, em abril, Capibaribum já ecoou a plenos pulmões em Belo Horizonte no último sábado. “Foi impressionante. O legal é que tem momentos em que eu deixo a plateia cantar. Peço pra banda baixar o som, e a galera sobe a voz, canta com uma felicidade enorme. O show em si é muito feliz, ele tem essa grandeza própria”, destaca Lula. 

Como um navegante das águas do Capibaribe que aprecia as paisagens do Recife, o ouvinte é convidado a desvendar temas como a gravidade, o amor e o tempo ao longo das dez faixas. “Aonde isso vai não sei / Tô preso no tempo / E não sei sair / [...] / Aonde isso vai não sei / As horas não deixam / Ninguém dormir”, exclama Lula na canção Ela é o Tempo, uma parceria com o compositor Yuri Queiroga. Lucky Luciano, Ylana Queiroga, Chico César, Caju & Castanha, Bruna Alimonda, Martins e JR Tostói são outras participações especiais no projeto. Já Marcelo Falcão regravou A Ponte (1997), da qual Lenine é coautor, ao lado de Queiroga.

Com o Rio Capibaribe à vista da janela de casa, Lula Queiroga não se limita a olhar para o presente, ciente de que as águas seguem seu curso independentemente da nossa presença. “Minha abordagem é contar o rio de forma eterna, o rio que veio antes de nós. Nós somos apenas um acidente de percurso nessa história, e acho importante ver dessa forma”. O cantor, que já sobrevoou os 140 km do Capibaribe de helicóptero, traz essa e outras curiosidades no encarte de Capibaribum, que estará disponível exclusivamente no show, com um cartaz, e não será comercializado em outros espaços.

Capibaribum é o resultado da combinação de 'Capibaribe' e 'tchibum', aludindo ao mergulho das capivaras, ilustrado na capa do disco criado com inteligência artificial por Guilherme Queiroga, filho de Lula, que trabalha há quatro anos em projetos gráficos do gênero. A abundância desse roedor herbívoro nas margens do Capibaribe inspirou o nome do rio, que tem sua origem no município de Poção, no Agreste pernambucano. “Fui estudar essa história”, ressalta o artista.

Cabraliano voraz, Lula segue a linha de João Cabral de Melo Neto em suas obras, onde o rio é muito mais do que um simples componente paisagístico; simboliza a vida, a morte, a esperança, a transformação e a própria essência da condição humana. “Ele escreveu três livros com referências ao Capibaribe: O Cão Sem Plumas, O Rio, e Morte e Vida Severina. Trato essa questão de uma forma mítica, não exatamente contemporânea. Não é como dizer: 'O rio é importante porque é bonito', ou ficar falando de jogar lixo no rio — isso soa como propaganda governamental”. 

O show de amanhã, embora seja o lançamento oficial, será a segunda apresentação do Capibaribum no Recife. Em abril, Lula já havia mostrado uma prévia das faixas na Caixa Cultural. Mesmo assim, a ocasião é especial, sobretudo por acontecer no Teatro do Parque, o primeiro teatro de sua carreira. “Esse é o teatro que eu mais amo no mundo”, exalta. Ele estará acompanhado por uma banda formada por Yuri Queiroga (violão e guitarra), Luck Luciano (baixo), Daniel Vasconcelos (guitarra), Peu Lima (bateria) e Guilherme Queiroga (efeitos e vozes).

Leia a notícia no Diario de Pernambuco