Em viagem de férias pela Itália com a filha pequena, pai e mãe dinamarqueses fazem amizade com um extrovertido casal holandês, que, após algumas semanas, os convida para conhecer a casa deles em um vilarejo isolado na Holanda. A convivência exibe sinais de estranhamento desde o princípio, sobretudo pela forma como aquela estranha família trata o próprio filho, um menino totalmente mudo que parece querer passar alguma mensagem. O desconforto crescente com as atitudes invasivas, imprudentes e abruptamente agressivas dos anfitriões, no entanto, transforma o que parecia uma viagem pacata em um cenário de desespero, no qual as saídas parecem cada vez menores.
Dificilmente essa adaptação vai satisfazer os fãs da misantropia e do niilismo do anterior – e possivelmente aqueles que ficaram ultrajados com ele têm poucas razões para querer revisitá-lo pelo olhar norte-americano. Aos que não conheciam a história e buscam uma crescente de terror que desafia os limites da polidez num caso de sobrevivência, porém, Não fale o mal é uma boa oportunidade para ver as duas versões e observar como semelhanças e diferenças entre elas podem operar a favor ou contra o suspense, a depender da bagagem de cada espectador.