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Catarina DeeJah apresenta bandeirolas gigantes na exposição ''Artista-Prática'', em Olinda

Mostra inaugura nesta sexta-feira (11), no Museu Regional de Olinda, e é a segunda em comemoração aos 40 anos do Ateliê Iza do Amparo

Mostra integra circuito de exposições que comemora os 40 anos do Ateliê Iza do Amparo

Artista plural, Catarina DeeJah exibe um recorte de seu trabalho na exposição “Artista-Prática Catarina DeeJah: De Que País Vem Este Carnaval? Se o Oriente Nasce em Meu Quintal”, no Museu Regional de Olinda, no Sítio Histórico. A abertura é nesta sexta-feira (11), às 18h.

A mostra integra o circuito de exposições que comemora os 40 anos do Ateliê Iza do Amparo, onde, no convívio numa família de artistas, Catarina fez-se também uma. Batizado por “Da Casa-Ateliê de Artistas-Etcétera ao Agora: Duas Gerações, Quatro Desdobramentos”, o circuito tem incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura — Funcultura, do Governo do Estado.

As bandeirolas que têm espalhado a arte de Catarina DeeJah por lugares diversos são o suporte/a linguagem que a artista escolheu para a mostra. Sendo que, ao invés delas pequenas, como já as conhecemos, as seis obras desta exposição são ‘bandeirolas gigantes’ feitas de tafetá recortado a partir de padronagens de um banco de vetores que a artista acumula há uma década.

Ana Gabriella Aires, curadora da mostra, diz em seu texto que as criações da artista “estão implicadas por um fazer manual e prático associado a imagens e movimentos desde seu cotidiano: a matéria de seu trabalho é justamente esse fino tecido, o dia-a-dia, e suas práticas são apropriações e transformações desse cotidiano, das ruas, do que circula nas ruas, por entre as pessoas”.

Catarina DeeJah iniciou seu trabalho com bandeirolas exatamente de forma manual e prática: “Comecei de forma improvisada, para criar a decoração de um baile no Clube Bela Vista [no Alto Santa Terezinha, Zona Norte do Recife]. Uni uma referência do artesanato tradicional das festas do México com a nossa cultura junina para criar bandeirinhas vazadas com tipografia própria e signos”.

Passou, então, quatro anos reproduzindo-as à mão, cortando com tesoura de unha e estilete, até surgir a parceria com o Coletivo 3D, que possibilitou o corte a laser. O coletivo junto com a Hactus Creative são parceiros desta mostra no suporte técnico — devido ao tamanho das bandeirolas, alguns cortes foram feitos em quatro etapas e levaram cerca de duas horas.

Nelas, estão memórias de Catarina DeeJah — das crianças da casa-ateliê e das redondezas: “Na minha percepção, as cercas e os muros eram quase simbólicos. A gente saía em turma, brincando de se aventurar, para conhecer outros quintais e buscar frutas. Gazeava aula, soltava sementes pelo caminho de uma Olinda que era um grande jardim. Um mosaico de culturas”.

Além dos quintais e das ruas de Olinda — e, portanto, dos Carnavais —, o mar que beira a cidade e os povos que a habitaram e a habitam também são temas na criação da artista.

40 anos de uma casa-ateliê

Há mais de 40 anos, Iza do Amparo é matriarca de uma casa-ateliê onde em todo esse tempo seus moradores (se) criaram e (se) criam compartilhando experimentações artísticas. Uma casa também de portas abertas para a rua e lembrada por seus frequentadores como um lugar de acolhimento, fruição artística e referencial na vida cultural do Sítio Histórico de Olinda.

A celebração deste tempo — que, mais do que um bom punhado de anos, significa uma trajetória longeva de criação na convivência com os outros — se dá com o circuito “Da Casa-Ateliê de Artistas-Etcétera ao Agora: Duas Gerações, Quatro Desdobramentos”, que estreou em julho, com a mostra “Artista-Cientista Paulo do Amparo: Das Manufeituras à Zoada do Teu Momento”.

Depois de Paulo do Amparo, artista-filho de Iza do Amparo, e de sua irmã, Catarina Dee Jah, que expõe agora, virão mais duas exposições: uma da própria Iza do Amparo de Humberto Magno, artista visual falecido em 2021, com quem Iza do Amparo gestou e criou seus filhos e o ateliê — quando juntos chegaram a Olinda, em 1981.

Curadora do projeto, Ana Gabriella Aires enfatiza que este circuito é “uma oportunidade de conhecer ou rever Iza, Humberto, Paulo e Catarina em quatro exposições articuladas pelo que são eles de artistas-etcétera. E o quanto isso que, parece, sempre foram e vão juntos sendo, vai-se transformando pelo que conviveram ou convivem, família que são”.

“Artista-etcétera, conceito emprestado de Ricardo Basbaum, refere-se à situação do artista que ‘questiona a natureza e a função de seu papel como artista’ e que possui ‘fortes ligações com os circuitos locais em que estão inseridos’.”

SERVIÇO

“Artista-Prática Catarina DeeJah — De Que País Vem Este Carnaval? Se o Oriente Nasce em Meu Quintal”
Abertura: dia 11 de outubro, das 18h às 21h
Visitação: até 3 de novembro — de terça a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 16h; aos sábados e domingos, das 14h às 16h; visitação com monitoria acontece de quinta a domingo, das 14h às 16h
Onde: Museu Regional de Olinda — Rua do Amparo, 128, Sítio Histórico de Olinda

Leia a notícia no Diario de Pernambuco