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Nando Reis leva projeto mais ambicioso da carreira ao Teatro Guararapes

Em show inédito nesta quinta-feira, cantor celebra álbum triplo ''Uma Estrela Misteriosa'',

Nando Reis tem reencontro marcado com pernambucanos

Desafiar as tendências da indústria fonográfica e ser aclamado é para poucos. Nando Reis, com sua sólida carreira de mais de 40 anos, pertence a esse grupo. Ávido por se reinventar, ele lançou em julho o ambicioso projeto Uma Estrela Misteriosa Revelará o Segredo, e embarcou, dois meses depois, na turnê homônima que percorre 25 cidades. Como de costume, Pernambuco está na rota, e o cantor paulistano se apresenta nesta quinta-feira (24), às 20h, no Teatro Guararapes, em Olinda. 

O show Uma Estrela Misteriosa turbina a empreitada ousada de Nando Reis em seu 13º álbum solo de estúdio, que desafia a crescente pasteurização do mercado fonográfico, cada vez mais voltado para o consumo rápido. Juntos, os três álbuns Uma, Estrela, Misteriosa, além do bônus Revelará o Segredo, somam 26 faixas inéditas e quatro regravações - um número que, apesar de saltar os olhos, é apenas uma gota no oceano das mais de 600 composições do artista, além de 1.200 músicas gravadas, três prêmios Grammy Latino e mais de 100 apresentações realizadas por ano.

Para proporcionar uma experiência única aos fãs, ele lançou os quatro discos em um box de vinil especial e disponibilizou as músicas digitalmente de forma gradual, convidando o público a uma imersão completa em sua obra. O projeto conta com participações especiais de peso, incluindo o guitarrista Mike McCready e o baterista Matt Cameron, ambos do Pearl Jam, o baixista Duff McKagan, do Guns N’ Roses, o filho Sebastião Reis (violão), da banda Colomy, e Krist Novoselic, baixista do Nirvana. “As interpretações são extremamente frescas, feitas a partir do impacto emocional que as músicas causavam em nós”, afirma Nando em bate papo com o Viver.

O artista conta que o curto intervalo entre o lançamento e a turnê não comprometeu a experiência afetiva e íntima dos oito shows realizados até agora. “Obviamente, é ótimo quando o público já ouviu o disco, mesmo que recentemente, mas percebo, pelos shows e pela participação da plateia, que a resposta tem sido muito positiva. As pessoas já estão cantando juntas, o que é incrível”. Quem ainda não teve a chance de ouvir o novo disco ou deseja relembrar os clássicos não precisa se preocupar. Uma Estrela Misteriosa também traz no repertório grandes sucessos da carreira de Nando Reis.

Os discos, gravados em São Paulo e finalizados em Seattle, nos Estados Unidos, contemplam faixas compostas entre 1996 e 2022. Nando não pensava, a princípio, em um álbum com 30 músicas, mas, como ele mesmo diz, a diferença entre o que se espera e o que realmente acontece depende de fatores incontroláveis. “O resultado foi tão satisfatório que acabamos gravando 12 músicas na primeira etapa, todas as que eu já tinha em mente como candidatas ao disco”, relata. Dois anos após o começo das gravações, a empolgação do artista permanece intacta. “Eu estava muito confiante e, hoje, posso afirmar que o resultado tem uma coesão e uma unidade impressionantes”, celebra. 

Nando Reis retorna ao estado, dois meses depois do Festival Turá, para um reencontro com o público pernambucano no teatro, um local onde não costuma se apresentar. “Eu adoro tocar no Recife e subir ao palco, especialmente no Guararapes. Embora eu toque na cidade há décadas, fazer um show em teatro não é algo comum para mim, e isso torna essa apresentação ainda mais especial”, destaca. Fora Nando nos vocais e violão, a banda é formada por Barrett Martin na bateria, Felipe Cambraia no baixo, Walter Villaça e Peter Buck nas guitarras e Alex Veley nos teclados.

A turnê inteira, incluindo a apresentação no Teatro Guararapes, está comprometida com a acessibilidade para pessoas com deficiência. Nando Reis colabora com Vanessa Bruno, uma artista deficiente visual que comanda o projeto 'Incluir Pela Arte' para acolher PCDs em casas de show e teatros, com intérpretes de Libras, mediadores e espaços reservados. “Minha música nunca foi destinada a um público específico; é feita para ser apreciada por todos. Contudo, a questão da acessibilidade nos shows ainda representa uma barreira que precisamos superar”, reforça o artista.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco