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Prestes a lançar seu novo disco em vinil, banda Anjo Gabriel irá se apresentar no Rio de Janeiro em 2025

Álbum homônimo do grupo pernambucano foi totalmente gravado em formato analógico

Marco Da Lata (baixo e voz), Júnior Do Jarro (bateria e voz), Phillippi Oliveira (guitarra e voz) e CH Malves (segunda bateria) integram nova formação

Anjo Gabriel, um dos principais nomes do rock progressivo-psicodélico brasileiro, se projetou além do circuito pernambucano desde que surgiu na Ripohlandya, comunidade hippie do Recife, em 2005. A banda conquistou fãs dentro e fora do país ao incorporar influências do krautrock - estilo experimental e pesado dos grupos alemães dos anos 1970 - e do udigrudi nordestino. Composto por Marco Da Lata (baixo e voz), Júnior Do Jarro (bateria e voz), Phillippi Oliveira (guitarra e voz), e CH Malves na segunda bateria ao vivo, o grupo será uma das grandes atrações do CaRIOca ProgFestival, no Rio de Janeiro, em 2025.

Na primeira turnê da banda, Marco Da Lata e companhia foram atrás de contatos com o apoio do Festival No Ar Coquetel Molotov e investiram do próprio bolso para circular pelo país. Esse esforço se transformou em convites para a Virada Cultural (SP) e o projeto Usina Cultural de Cataguases (MG). Da Lata vê a participação no CaRIOca ProgFestival 2025 como uma oportunidade de unir forças. “O festival é uma oportunidade de circular de forma independente, sem precisar passar por grandes editais. Ainda conseguimos essa fluidez por meio de iniciativas como o Carioca Prog Festival, que são poucas e difíceis de manter. Estamos nessa guerrilha, somando forças, e é assim que, no coletivo, tudo cresce."

Embora o show não aconteça nesta edição do CaRIOca ProgFestival, que começa no próximo sábado (26), o festival de 2025 coincidirá com o lançamento do terceiro álbum da banda, Anjo Gabriel (2020), em formatos vinil, cassete e CD. “Será mais interessante, já que teremos o disco na mão para vender e dar mais estrutura ao nosso trabalho”, justifica o baixista e vocalista. Sucessor de O Culto Secreto do Anjo Gabriel (2011) e Lucifer Rising (2013), o novo álbum também foi todo gravado com técnicas analógicas, usando fita de ½ com 16 canais, fita de ¼ com 8 canais e fita de ¼ com 2 canais.

A identidade vintage sempre fez parte da Anjo Gabriel, que está refletida na sonoridade, na produção e na materialidade de seus trabalhos. “Modernizamos algumas coisas, mas sabemos que para alcançar o som que queremos, precisamos fazer escolhas difíceis. É um caminho mais complicado, mas o resultado é mais recompensador. Sempre tivemos esse cuidado com a identidade da banda”, comenta Da Lata. Anjo Gabriel será o primeiro lançamento da Rozen Beat, um selo independente criado pelo artista e outros colaboradores, que será apresentado oficialmente em novembro.

Suíte Claralice abre o disco, com 20 minutos de duração, e inclui uma reedição do movimento de 6 minutos já apresentado aos fãs no compacto de 2017. O tempo maior exige uma atenção redobrada e mais precisão no momento da gravação, já que os equipamentos analógicos não permitem interrupções sem comprometimento da qualidade. “Não pode haver erros, nervosismo, nada. É uma verdadeira mini maratona”, aponta Marco Da Lata. Em seguida, as duas partes de Resiliência, com 6min27seg e 6min24seg, seguem na linha do experimental. Mantra II fecha a sequência com elementos orientais orquestrados, fruto da participação do Álgebra Trio e Rama Om.

As quatro faixas dialogam entre si, assim como os quatro elementos da natureza – água, terra, fogo e ar. O objetivo é expressar os conceitos de transformação e conexão inerentes à natureza utilizando o instrumental. Da Lata não descarta se aventurar mais na composição futuramente. “O disco reflete essa proposta, com um conceito instrumental que transmite a mensagem através de outros códigos. Em certos momentos, podemos até criar algo completamente diferente, sem ficarmos presos ao que sempre fizemos, mas por enquanto, tudo está conectado dessa forma."

Anjo Gabriel sinaliza uma nova fase para a banda, com o retorno de Diego Drão aos teclados, que colabora com André Sette (membro não oficial) nas gravações. Carlos Amarelo, também membro não oficial, ficou responsável pelas percussões durante a gravação. Como convidados especiais, participaram Rodrigo Gondão (oud), Rodrigo Félix (percussão) e Maísa Nascimento (violino), do Álgebra Trio, além de Rama Om (didjeridoo), Lucas Brandão (coro) e Schelly Santiago (coro). Ao todo, são 38 minutos e meio de música, que prometem agradar tanto os fãs quanto os entusiastas do gênero.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco