ESPETÁCULO

'Zuada: Mostra de Circo Daqui' traz três apresentações ao Recife a partir de hoje

Cia Devir, formada há 10 anos por João Lucas Cavalcanti e Vitor Lima, idealizou o projeto com foco no mês da criança e na formação de novos artistas circenses de Pernambuco

Publicado em: 08/10/2024 06:00 | Atualizado em: 07/10/2024 16:48

 (Foto: Ju Barbosa)
Foto: Ju Barbosa
Simultaneamente uma programação rica e oportuna para a família, no mês das crianças, e uma forma de consolidar uma rede de apoio entre pessoas que trabalham com circo na capital pernambucana, o projeto 'Zuada: Mostra de Circo Daqui' reúne 16 trabalhos de 30 artistas circenses da Região Metropolitana do Recife para três sessões gratuitas e com classificação aberta para todos os públicos, com a primeira apresentação marcada para hoje, no Teatro Hermilo Borba Filho, às 19h30; a segunda para amanhã, no Teatro Apolo, também às 19h30 e a terceira no domingo, dia 13, no Espaço Devir, às 15h30, numa ação comemorativa do Dia das Crianças.
 
Apoiado nos dois primeiros dias pela Lei Paulo Gustavo e no terceiro pelo Funcultura, 'Zuada' é uma realização da Cia Devir, formada por João Lucas Cavalcanti e Vitor Lima, que, desde sua formação em 2014, vem se apresentando pelo Brasil e no exterior. Este trabalho, em particular, foi desenvolvido a partir do interesse em construir e solidificar uma conexão maior entre esses artistas locais e dar a oportunidade para que o público possa conhecer seus projetos no circo - incentivando, assim, a movimentação do fértil polo criativo da cidade.
 
Na ocasião, a dupla apresenta pela primeira vez no Recife o seu número 'Assum Preto', feito na modalidade de ‘double trapézio’ e que traz no nome e também em cena a clássica canção de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira para discutir, ainda que de forma acessível, temas como a solidão, a inadequação e até mesmo as crises e utilitarismos do capitalismo, exploradas a partir da triste letra da música em diálogo com as performances dos dois artistas. Ao longo desses 10 anos de companhia, João e Vitor desenvolveram a marca estética na qual o teatro e as técnicas circenses se entrelaçam entre si e com elementos de humor e metalinguagem - e não é diferente nesta apresentação que eles vêm preparando há tanto tempo.
 
Além da Cia Devir, se apresentam na mostra artistas selecionados a partir de um processo de convocatória feito nas redes sociais. São eles: Palhaço Peripécia, Família Malanarquista; Cia Encanto Negro, Carla Cintía Dutra, Petit Lutin, Ariadne Bogo, Natália Lua, Palhaça Dolores Paz, Irmãos Gandaia, Cia Penduricalho, Trupe Circus, Palhaço Gambiarra, Beatriz Nascimento, Ray do Mar e Edu Malanarquista.
 
"Através de uma perspectiva lúdica, infantil e com senso de humor, ainda é muito possível tocar em questões importantes para despertar o público para temas como o utilitarismo, as desumanidades do capitalismo e os preconceitos contra as minorias sociais nas tentativas de adequação – e buscamos fazer isso dentro do universo do nosso número Assum Preto. A gente acredita muito nesse lugar do processo artístico de criação como lugar de experimentar as linguagem do circo, no sentido de que, a cada apresentação, percebemos coisas diferentes e, portanto, cada uma delas é única. Tentamos sempre propor algo a partir do contato com o público. É uma mostra aberta, então, para as experimentações dos artistas e é através desse encontro com o público que a nossa arte pode se transformar e crescer", ressaltou Vitor em entrevista ao Viver.
 
"Na seleção, buscamos muito essa diversidade justamente para que o público da nossa cidade tivesse também a chance de conhecer esses projetos em formação. Acreditamos na importância de dar oportunidades para artistas em formação construírem essa experiência e queremos contribuir para que, aqui em Pernambuco, essa rede de apoio entre as pessoas do mundo circense fique cada vez mais consolidada", completou o artista.
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