ESPAÇO

A incessante busca por respostas sobre a vida extraterrestre

Publicado em: 20/06/2022 21:15

 (Foto: Departamento de Defesa/Divulgação 
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Foto: Departamento de Defesa/Divulgação
Há vida fora da Terra? Civilizações extraterrestres estariam se aproximando do nosso planeta? Do que estariam em busca? A procura por essas respostas ganhou mais força após a realização, em maio deste ano, de uma  audiência pública sobre OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados), promovida por um grupo do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Na ocasião, foram ouvidos oficiais de Defesa, que fizeram relatos sobre fenômenos aéreos   e os riscos para a segurança nacional norte-americana. Essa foi a primeira audiência sobre OVNIs em mais de 50 anos.

O ufólogo e presidente do Grupo Ufológico de Guarujá, Edison Boaventura Jr, que já viu alguns Objetos Voadores Não Identificados, em São Paulo e no Chile, explica que os Estados Unidos sempre estiveram à frente das pesquisas relacionadas aos OVNIs e atualmente o tema vem sendo tratado junto à população estadunidense, como na audiência do Congresso norte-americano, no dia 17 de maio de 2022. “Um relatório preliminar foi divulgado na imprensa, no dia 25 de junho de 2021, depois ficou marcada esta reunião no Congresso norte-americano. Neste encontro, participaram alguns congressistas e também pessoas das Inteligências, como do Pentágono e da Marinha. Essas pessoas discutiram sobre o documento, que tinha 144 casos, porém o comitê do Congresso já tinha outros 400 casos envolvendo os UAP, Fenômeno Aéreo Não Identificado, como é chamado, atualmente. Antes se usava a denominação UFO, Objeto Voador Não identificado. O país não sabe do que se trata e em nenhum momento falaram de alienígenas, mas que poderia ser de repente um tipo de drone, uma tecnologia espiã de alguma outra potência, por exemplo, da Rússia, da China”, afirmou o especialista no assunto.

De acordo com Edison, a questão da preocupação e de uma possível ameaça desses objetos que aparecem, são fotografados, filmados e registrados no meio militar, fica visível quando os Estados Unidos decidiram criar esta Comissão para investigação do tema. “Pediram mais orçamento para que o Pentágono possa investigar o assunto. Ficou uma certa divergência quanto aos congressistas e o pessoal de Inteligência, porque, segundo os congressistas, eles entendem que o assunto deveria ser divulgado para a população norte-americana visando uma transparência maior do governo. Por outro lado, os integrantes da Inteligência entendem que a informação não pode ser toda passada, por questões de segurança nacional. Eu avalio positivamente essa discussão no Congresso norte-americano, porque faz mais de 50 anos que não se debate a respeito dos OVNIs. Então, é algo inédito que aconteceu, movimentou bastante a imprensa norte-americana e mundial e a população, de alguma forma, está sendo preparada e orientada a respeito desse assunto”, afirmou.

O interesse e busca por conhecimento dos estadunidenses pelo fenômeno aéreo não identificado acontece há anos, tornando o país pioneiro nas descobertas e nos projetos desse âmbito. Os Estados Unidos estão sempre na frente, porque desde 1947, houve o Caso Roswell, na cidade de mesmo nome. Houve uma queda de um Objeto Voador Não Identificado e eles chegaram a resgatar esse objeto e também seres que estavam vivos e outros que estavam mortos. “Desde 1947, eles pesquisam esse fenômeno, tendo vários projetos norte-americanos de pesquisas de OVNIs, o Blue Book ou o projeto Grudge, e outros que com os anos foram mudando de nome. Tudo indica que existe um interesse nessas tecnologias dos objetos voadores para reproduzi-la em aeronave, para utilizar em guerra, por exemplo e, com certeza, essa tecnologia vai colocar os Estados Unidos na frente de todos os outros países”, disse.

Sobre os relatos de aparições de objetos não-identificados na guerra da Ucrânia e Rússia, o ufólogo destaca que é preciso estar atento, pois vem sendo produzido material falso, como montagens digitais, na busca por mais visualizações em canais como o YouTube. Porém, já foram registradas aparições desses objetos em outros períodos de conflito. “Existem muita tecnologia de drone, inclusive com finalidade espiã, que até então, não tinha sido utilizada. A população da Ucrânia, vendo esses aparatos, pode eventualmente, confundir e, na verdade, não teria nada a ver com o fenômeno OVNIs. Agora, mesmo não tendo nenhum registro oficial de aparição desses fenômenos durante a Guerra da Rússia e da Ucrânia, sabemos, que no passado durante as guerras, às vezes, esses objetos apareciam. Durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial, eles eram intitulados de Foo Fighters, que eram umas bolas de fogo que surgiam passando próximo aos aviões tanto dos aliados como dos alemães. Também eram vistos na Guerra do Golfo, na década de 1990”, relatou.

No Brasil, um órgão da Aeronáutica, em Brasília, realiza a catalogação dos casos de OVNIs. “Antes esse órgão se chamava 4ª Subchefia, depois passou a ser denominado de Nucomdabra, em seguida de Comdabra, o Centro de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (CIONI), em São Paulo. Atualmente é o Comae - Comando de Operações Aeroespaciais”, afirma o pesquisador de OVNIs.

De acordo com a Assessoria de Imprensa do Comando da Aeronáutica, todos os documentos, vídeos, fotografias, relatos, entre outros, disponíveis, no âmbito do Comando da Aeronáutica, sobre Objetos Voadores Não Identificados (OVNI), no período de 1952 a 2020, já foram transferidos para o Arquivo Nacional, onde são de domínio público. O Comando da Aeronáutica não realiza estudos e análises acerca do tema, apenas cataloga as informações prestadas por terceiros e em seguida encaminha  ao Arquivo Nacional. A Portaria do Comando da Aeronáutica nº 551/GC3, de 09 de agosto de 2010, trata sobre o envio dos relatos de fenômenos aéreos recebidos pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) ao Arquivo Nacional. Isto é, o Comando da Aeronáutica recebe, registra, cataloga e encaminha as ocorrências para aquele órgão, onde serão disponibilizadas para consulta. Dessa forma, as informações sobre o tema estão disponíveis diretamente nos sítios eletrônicos do Ministério da Defesa e do Arquivo Nacional – www.defesa.gov.br, no link ”perguntas - frequentes” ou www.an.gov.br/sian/inicial.asp, respectivamente”.

O pesquisador narra as suas experiências em presenciar os Objetos Voadores Não Identificados. A primeira aparição que ele viu, aconteceu em 1981. “Observei com a minha mãe e meu irmão um objeto grande alaranjado, que soltou da sua parte inferior 16 objetos menores esféricos. Este fato ocorreu na cidade de Guarujá, em São Paulo, e muitos moradores da cidade também presenciaram esta aparição. Após, este avistamento vi em outros locais e épocas diferentes. Outro episódio foi na cidade de São Bernardo do Campo, São Paulo, no dia 2 de setembro de 2016, quando fotografei um OVNI bem nítido. A foto foi analisada no Brasil, Estados Unidos, Portugal e Argentina ,sendo considerada autêntica. Também fotografei um Objeto Voador Não Identificado na Ilha de Páscoa, território pertencente ao Chile, em março de 2018.

Um dos maiores casos de aparição de  OVNIs no Brasil foi nomeado de A Noite Oficial dos OVNIs, e aconteceu no dia 19 de maio de 1986. Este registro se trata de uma perseguição aérea a mais de 20 objetos, que chegaram a invadir o espaço aéreo brasileiro, causando preocupação à Aeronáutica. Esses aparecimentos duraram 10 dias e vários estados brasileiros foram sobrevoados. Houve pousos desses objetos, abduções, contatos com os seres e detenções em radar. Na época, o brigadeiro Otávio de Júlio Moreira Lima entrou em contato com ex-presidente José Sarney para que ele autorizasse a descolagem dos caças de interceptação, segundo o ufólogo. “Naquela noite, os pilotos tentaram se aproximar dos OVNIS, mas, infelizmente, não conseguiram, porque os movimentos da velocidade desses objetos voadores eram muito mais altos que os deles. Um dos pilotos tentou se aproximar e, quando o objeto percebeu, imprimiu a velocidade de 15 mach, ou seja, 15 vezes a velocidade do som, e deixou o piloto brasileiro bem para trás. O piloto naquele momento estava apenas a 1,2 mach. Mesmo tendo ocorrido em 1986, somente em 2009 que relatórios falando desse fenômeno foram liberados, mas não teve uma conclusão do caso”, ressalta Edison.

Outro episódio marcante no país, foi o de Varginha, em Minas Gerais, sendo considerado um clássico da ufologia brasileira. O caso envolveu a captura de seres extraterrestres e de um Objeto Voador Não Identificado. Além da Operação Prato, que teve a investigação da Aeronáutica. “A Operação Prato foi conduzida pelo I Comar, Primeiro Comando Aéreo do Pará. As pessoas da região ribeirinha do Norte do país foram atacadas por luzes. No final, foi gerado relatório, fotografias e filmes desses objetos. O material foi guardado durante muito tempo, mas hoje parte desse material já se encontra no Arquivo Nacional”, explicou Edison.
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