Acidente aéreo
O dia em que um cigarro causou o pior acidente aéreo da Varig
Avisos para não fumar foram desobedecidos e incêndio foi iniciado no banheiro do avião
Por: Adelmo Lucena
Publicado em: 11/07/2023 14:14 | Atualizado em: 11/07/2023 16:24
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| Aeronave precisou fazer pouso forçado "de barriga" em Paris (Foto: Reprodução/Desastres Aéreos) |
O acidente aéreo mais grave da empresa Varig completa 50 anos hoje (11/07). Em 1973, o pouso forçado do Boeing 707-345C em Paris matou 123 pessoas que estavam a bordo, a maioria delas brasileiras. A tragédia foi ocasionada por um incêndio que teve início no banheiro do avião, após um dos passageiros descartar uma bituca de cigarro ainda acesa.
Na madrugada de 11 de julho de 1973, a aeronave decolou do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Londres, na Inglaterra. O avião faria uma escala no Aeroporto de Orly, em Paris, mas não conseguiu chegar ao primeiro destino, já que um dos passageiros da classe turística jogou fora, de forma irregular, uma bituca de cigarro no lixeiro do banheiro central.
Apesar do ato de fumar ser proibido nas aeronaves, os banheiros disponibilizavam cinzeiros, uma vez que os passageiros ignoravam os diversos avisos de “proibido fumar”. Naquele voo do Boeing 707-345C, uma passageira que estava em outro banheiro foi a primeira a avistar a fumaça do fogo que já havia se espalhado pelo banheiro central.
Um extintor foi providenciado para tentar combater as chamas que já haviam atingido a fiação, mas a ação não teve o resultado esperado. Além disso, os tripulantes só verificaram o banheiro onde o fogo surgiu tempos depois.
A fumaça chegou até os passageiros e o piloto fez um pouso de emergência em uma plantação a cerca de 200 metros de um vilarejo. Em solo, a torre do Aeroporto de Orly, que estava a apenas seis quilômetros do local do pouso, emitiu um alerta vermelho para que pousos e decolagens fossem suspensos.
Alguns passageiros e tripulantes morreram intoxicados pela fumaça, outros chegaram vivos ao solo após a aterrissagem forçada, porém impossibilitados de saírem das poltronas. Apenas um passageiro sobreviveu à queda, o palestrante Ricardo Trajano.
Grande parte dos passageiros era formada por brasileiros, entre eles estavam a socialite Regina Lecléry, o cantor Agostinho dos Santos, o velejador Jörg Bruder e o presidente do Congresso Nacional daquele ano, o senador Filinto Müller - que ganhou visibilidade durante a ditadura militar como chefe de polícia do ex-presidente Getúlio Vargas.
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