Digitalização bancária, um caminho sem volta

Sete de cada dez operações financeiras são concretizadas por meio dos aplicativos de bancos nos smartphones. Pandemia impulsionou uso de canais digitais

Publicado em: 27/06/2024 10:23 | Atualizado em: 27/06/2024 10:59

Apresentação da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária (Febraban / Divulgação)
Apresentação da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária (Febraban / Divulgação)

O uso de canais digitais, como Internet Banking e Mobile Bank, já representam 79% das operações registradas no sistema financeiro brasileiro, segundo a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, divulgada nesta quarta-feira (26) em coletiva de imprensa realizada durante a Febraban Tech, maior evento de tecnologia bancária do país.

De acordo com Rodrigo Mulinari, diretor da Febraban responsável pelo estudo,  o grande responsável por essa performance tem sido o mobile bank, o acesso de operações bancárias pelo celular. Segundo a pesquisa, sete em cada dez operações bancárias são realizadas por meio dos apps bancários, sejam de bancos tradicionais ou de fintechs, as instituições financeiras 100% digitais.

Entre 2019 e 2023, as transações pelo smartphone tiveram um crescimento de 251% no país e, enquanto o volume de transações totais dobrou, as movimentações pelo smartphone cresceram 3,5 vezes. A participação dos canais físicos nas operações financeiras seguem o caminho inverso, recuando de 23% para 7% no mesmo período.
 
Evolução das transações bancárias (Reprodução)
Evolução das transações bancárias (Reprodução)

No ano passado, o sistema financeiro contabilizou 186 bilhões de transações nos canais de atendimento disponibilizados pelas instituições financeiras e, desses, 130,7 bilhões foram realizadas pelos apps bancários. “O acesso às plataformas digitais foi impulsionado pela pandemia (da Covid-19) e, uma vez utilizados os canais digitais, a tendência é que essas ferramentas sejam cada vez mais utilizadas”, avalia Rodrigo Mulinari. 

Segundo o diretor da Febraban, a digitalização do setor financeiro não para por aí. O Pix continua evoluindo ano a ano e, para os próximos meses, está previsto o lançamento da funcionalidade programável do sistema digital de pagamentos, uma espécie de evolução do débito em conta e, voltando um pouco mais na linha do tempo, do cheque pré-datado. Aliás, o cheque é uma modalidade de pagamento que as gerações Y e Z desconhecem.
 
Rodrigo Mulinari, diretor da Febraban (Febraban / Divulgação)
Rodrigo Mulinari, diretor da Febraban (Febraban / Divulgação)

Além da evolução contínua do Pix, novas soluções como o Open Finance e o Drex, a futura moeda digital brasileira, tendem a intensificar o processo de digitalização financeira da população. Essa digitalização, no entanto, não significa a substituição dos meios físicos, embora de forma residual, o talão de cheques vai continuar cumprindo o seu papel, assim como o dinheiro físico. “O cheque ainda tem um diferencial de ser um documento protestável, assim como o real físico continua tendo sua função na economia”, ressalta Mulinari.
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