Homicídio na folia

Papangu assassino: militar do Exército vestiu fantasia para matar dono de posto no carnaval de Olinda

Segundo polícia, quadrilha achava que vítima estava dando apoio para a polícia contra traficantes

Publicado em: 18/06/2024 14:10 | Atualizado em: 18/06/2024 14:18

Vstido de papangu, militar do Exército executou dono de posto  (Foto: Arquivo)
Vstido de papangu, militar do Exército executou dono de posto (Foto: Arquivo)
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) detalhou, em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (18), toda a dinâmica adotada por um grupo de traficantes para matar o empresário Rafael Gonçalves Lima, 34 anos, dono do posto de combustíveis durante o carnaval de Olinda deste ano.
 
O caso ficou conhecido como "papangu assassino". É que o homem que efetuou cinco tiros na vítima vestiu essa fantasia típica da folia pernambucana.
 
Segundo a polícia, o matador era um militar do Exército, cooptado pela quadrilha. 
 
De acordo com o delegado que presidiu as investigações, Francisco Océlio, o crime foi encomendado por um grupo de nove traficantes da favela V8, no Varadouro, em Olinda. 
 
O investigador afirmou que os traficantes  se sentiam ameaçados pela vítima, uma vez que ela oferecia o estabelecimento como ponto de apoio a várias equipes das Polícias Civil e Militar.
 
Ainda segundo o delegado, o assassino, no dia do crime, esteve quatro vezes no estabelecimento para poder identificar a vítima e estudar o local para se evadir após o crime.

Imagens de câmeras de segurança mostram que o criminoso chegou em frente ao posto pilotando a própria moto, por volta das 10h30, e só às 15h30 praticou o homicídio.

O militar do Exército, que está preso, pela execução da vítima, não teve o nome divulgado. Ele foi um dos primeiros a ser capturado pela polícia, no dia 12 de abril. 

Delegados explicaram como foi o crime (Foto: Rafael Vieira/DP)
Delegados explicaram como foi o crime (Foto: Rafael Vieira/DP)
O delegado informou que ele deixou as Forças Armadas 17 dias depois do crime, ocorrido no dia 11 de fevereiro. Não disse, no entanto, se o desligamento teve relação com o crime.  

Um galpão localizado a cerca de 50 metros do posto de gasolina era explorado pelo grupo como estacionamento durante o período carnavalesco e serviu como ponto de observação dos traficantes para visualizar o posto de combustíveis e acompanhar toda a ação.

Neste intervalo, ele visitou o estabelecimento por três vezes, sob o pretexto de comprar água, fazer o reconhecimento da vítima e depois de algum tempo voltou e cometeu o crime se evadindo do local numa moto com a ajuda de outro criminoso.

“O suspeito visitou quatro vezes o local. Nas três primeiras vezes, ele aparece vestindo uma camisa de time de futebol, calça jeans e sandálias para comprar água mineral. Na quarta vez já foi fantasiado de papangu e executou o empresário. O detalhe é que, quando ele voltou fantasiado, usava um par de tênis que teria sido emprestado por um participante do bando. Esse homem que emprestou o calçado foi morto sete dias após o crime”, relatou o delegado.

As investigações da Polícia Civil conseguiram identificar nove pessoas envolvidas no crime. 
 
Um  foi morto por acerto de contas entre eles, cinco estão presos e três continuam foragidos.
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