Tecnologia

Revolução tecnológica vai mudar nossas vidas?

Segundo Amy Webb, futurista norte-americana, IA e novas tecnologias vão mudar a forma como nos relacionamos com o mundo e com as pessoas

Publicado em: 27/06/2024 19:35

Amy Webb diz que o Brasil é o país do futuro há décadas, mas   país não alcança esse futuro (Febraban / Divulgação)
Amy Webb diz que o Brasil é o país do futuro há décadas, mas país não alcança esse futuro (Febraban / Divulgação)
O desenvolvimento tecnológico e, sobretudo, a Inteligência Artificial Generativa vão mudar nossas vidas para sempre. A afirmação é da futurista norte-americana Amy Webb, CEO do Instituto Future Today, que esteve entre os palestrantes da Febraban Tech desta quinta-feira (27). Segundo a especialista, estamos vivendo atualmente o início de uma grande revolução, que vai impactar diretamente todos os setores da economia, assim como a forma como nos relacionamos com tudo.

Focando no Brasil, Amy criticou o fato de o Brasil ser sempre o país do futuro, mas nunca alcançar esse futuro. Para ela, grandes empresas, sobretudo indústrias, não estão se preparando para esse futuro, ao passo que a indústria criativa acelera para “não perder o bonde” e ficar para trás, o que muitas vezes causa o receio de se estar indo rápido demais. “Não está rápido demais, está na velocidade que o momento exige”, afirma.
 
Em relação ao setor financeiro, a especialista acredita que o Brasil está na vanguarda da tecnologia bancária. “O banco está nos smartphones, por exemplo, e num futuro otimista esses mecanismos tendem a ser aprimorados. Na outra ponta, no entanto, se a inovação não for prioridade, tendemos a estacionar e gastar mais energia com execução de estratégias do que com a inovação”, avalia.
 
Indústria brasileira não está se preparando para o futuro, diz especialista norte-americana (Febraban / Divulgação)
Indústria brasileira não está se preparando para o futuro, diz especialista norte-americana (Febraban / Divulgação)
 
Amy compara o atual momento que estamos vivendo a outros ciclos de desenvolvimento, como o surgimento do motor a vapor, que abriu as portas para o superciclo da revolução industrial. A diferença, segundo ela, é que desta vez a transformação não está ligada a apenas uma ou duas tecnologias específicas ou a um ou dois segmentos. “É uma tecnologia única com potencial de reformatar a economia como um todo, impactando todos os setores”, destaca.

Durante sua participação na Febraban Tech, a futurista apresentou alguns insights da 17ª edição do Tech Trends Report, um relatório de quase 1.000 páginas que analisa 695 tendências e 95 possíveis cenários futuros, que têm ao centro três eixos tecnológicos: Inteligência Artificial, Ecossistemas de Dispositivos Conectados e Biotecnologia.
 
Para Amy Webb,  Inteligência Artificial, Ecossistemas de Dispositivos Conectados e Biotecnologia são eixos do desenvolvimento tecnológico (Febraban / Divulgação)
Para Amy Webb, Inteligência Artificial, Ecossistemas de Dispositivos Conectados e Biotecnologia são eixos do desenvolvimento tecnológico (Febraban / Divulgação)
 
“Qual o cenário possível de futuro?”
Amy, que também é professora das Universidades de Nova Iorque e de Oxford, lista três tendências para os próximos cinco anos: a Assistência Persistente, na qual o aprendizado da IA Generativa seja automatizado; a IA Embutida, que virá quando a inteligência artificial chegar ao fundo da internet e os grandes bancos de dados deixarão de ser suficientes; e os Softwares sob Demanda.
 

Para Amy, atualmente estamos cercados por dados, com vários dispositivos ligados em redes à nossa volta, e a tendência é que isso seja acentuado. A especialista reforça que essas três tendências devem abrir caminho para entender melhor as pessoas, e personalizar o atendimento, com interações mais humanizadas.

Assim, por exemplo, a IA poderia ao invés de apenas informar o cliente que não há mais dinheiro, ajudá-lo a organizar suas finanças e até a programar férias. No entanto, com essa personalização também teremos como desafio as garantias da privacidade de dados e informações pessoais.
 
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