TENSÃO

Escala a tensão na fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia

Autoridades bielorrussas declararam um reforço militar com o aumento do contingente de soldados

Publicado em: 01/07/2024 17:37 | Atualizado em: 01/07/2024 17:38

Presidente de Bielorrússia, Alexander Lukashenko (foto: Natalia Kolesnikova/AFP )
Presidente de Bielorrússia, Alexander Lukashenko (foto: Natalia Kolesnikova/AFP )

Cresce a tensão na fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia, após as autoridades bielorrussas argumentarem que houve um incidente de segurança naquela área e declararem um reforço militar com o aumento do contingente de soldados. O Ministério da Defesa bielorrussa também informou que o presidente do país, Alexander Lukashenko, ordenou o destacamento de toda uma divisão de sistemas de lançamento de foguetes, classificando de testes à prontidão de combate.
 
“A situação na fronteira entre Bielorrússia e Ucrânia é caracterizada por uma crescente tensão”, confirmou o coronel Vadim Lukashevich, um dos responsáveis mais altos do exército bielorrusso, tendo inclusive acusado Kiev de tentar arrastar o seu país para a guerra.
 
Além disso, o chefe das Forças Armadas da Bielorrússia, Pavel Muraveiko, ameaçou usar armas nucleares táticas caso a soberania e a independência do país esteja em risco. Apesar de Minsk não dispor de armas nucleares, a Rússia destacou uma série de ogivas para o país, o que o coloca com essa capacidade neste momento. "Aprendemos como lidar com estas armas. Sabemos como as aplicar com confiança. Estamos aptos para fazê-lo. E podem ter a certeza: iremos fazê-lo caso a soberania e independência do país seja ameaçada", afirmou Muraveiko.
 
Segundo o Ministério da Defesa, a mobilização se deve a entrada de um drone ucraniano em território bielorrusso. O aparelho foi abatido, mas o governo de Minsk afirma que estava ali para tentar recolher informações sobre as infraestruturas fronteiriças do país. “Os soldados se equiparam e se camuflaram em localizações militares nas zonas definidas e continuam a desempenhar as funções que lhes foram atribuídas”, diz o comunicado da pasta ministerial bielorrusso, que se fez acompanhar de imagens dos sistemas de mísseis a serem colocados na região.
 
Antes disso os serviços de fronteira da Bielorrússia asseguraram que ainda tinham encontrado material para a fabricação de bombas caseiras na mesma zona, acusando um grupo de russos pró-Ucrânia de estar preparando operações naquela região. Mas, as acusações agora subiram ainda mais o tom e, alegam que a Ucrânia estaria mesmo  mobilizando soldados para a zona fronteiriça, falando em “sabotagem” e “atos terroristas” por parte dos ucranianos. Já a Rússia, aliada da Bielorrússia, disse estar “preocupada”. 
 
Já o Governo da Ucrânia anunciou que se trata apenas de uma 'operação de informação' feita pela Bielorrússia com o apoio de Moscou. “Não é a primeira vez que a Bielorrússia oferece informação sobre ameaças e reforço ucraniano. Esta é mais uma parte da operação de informação conduzida pela Bielorrússia com o apoio da Rússia. Mas, a  situação no local continua ameaçadora e há um número necessário de soldados ucranianos na fronteira”, indicou Andriy Demchenko, porta-voz da guarda fronteiriça ucraniana.
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