CONDENAÇÃO
Justiça condena mulher pelo crime de racismo contra uma família, no Agreste do Estado, diz MPPE
Segundo o MPPE, a acusada foi sentenciada a dez anos e seis meses de reclusão e um mês de detenção por agredir com ofensas discriminatórias a uma família, que reside no bairro de Cidade Jardim, no Centro de Caruaru
Por: Wilson Maranhão
Publicado em: 22/07/2024 22:10 | Atualizado em: 22/07/2024 22:16
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| As informações foram repassadas pelo MPPE, nesta segunda (22) (Foto: Arquivo ) |
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) anunciou, nesta segunda-feira (22), que por meio de uma ação penal promovida pelo órgão resultou no julgamento e condenação de uma mulher por crime de racismo, ao proferir ataques discriminatórios contra uma família, no Agreste do Estado.
Segundo o MPPE, a 4ª Vara Criminal de Caruaru determinou a prisão de Ilária Lindalva da Silva, de idade não divulgada, pelo crime de racismo na Ação Penal impetrada pelo órgão.
A acusada foi sentenciada a dez anos e seis meses de reclusão e um mês de detenção por agredir com ofensas discriminatórias a uma família, que reside no bairro de Cidade Jardim, no Centro de Caruaru.
De acordo com a instituição ministerial, a condenada proferiu ataques discriminatórios contra quatro vítimas da mesma família em concurso material, além da ameaça. Uma das vítimas é uma idosa, de 72 anos, cujos problemas de saúde se agravaram devido aos ataques.
“O caso é de grande repercussão na cidade, pois a família inteira sofreu diversos tipos de agressões em razão de sua raça por dois anos ininterruptos. Durante todo esse tempo, manteve-se confiante na Justiça”, afirmou a Promotora de Justiça Themes Costa, que representou pela prisão durante suas alegações finais.
Ainda segundo a promotora, “verificou-se a insuficiência de medidas cautelares alternativas que já tinham sido determinadas em processo diverso e não foram suficientes para repreender a conduta”, acrescentou ela.
Segundo o MPPE, em depoimentos, integrantes da família vítima dos ataques, afirmaram que sofreram com injúrias em razão da raça e cor da pele, usando termos como “bando de macacos”, “família de macacos”, “depois que esses macacos vieram morar aqui, não tenho mais sossego”, e entre outros ataques.
Sobre a ação penal
De acordo com o MPPE, o texto da Ação Penal também cita que Ilária ofende, inclusive, um garoto de sete anos, o qual ficou com muito medo dela, chegando a não sair mais para brincar com amigos da vizinhança, nem mesmo no quintal da sua própria casa.
“Ela ainda atirava fezes de cachorro na residência da família, assim como bananas, pedras, paus, garrafas e tijolos no telhado e quintal das vítimas e ainda ameaçou incendiar o carro da família”, disse o MPPE por meio de nota.
Na mesma sentença condenatória, foi decretada a prisão, a qual foi cumprida no mesmo dia.
“A atuação da Promotoria de Justiça e a resposta do Judiciário nessa situação de racismo ocorrida em Caruaru deixam clara a mensagem para a população de que não se tolera esse crime. Dá uma sensação de segurança e Justiça”, comentou a Coordenadora do GT Racismo do MPPE, Procuradora de Justiça Ivana Botelho.
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