ESPETÁCULO

Nos 40 anos do clássico 'Viva o Povo Brasileiro', musical inspirado no livro volta ao Recife

Em cartaz de 5 a 7 de julho, no Teatro do Parque, premiado espetáculo fala sobre uma alma que queria ser brasileira

Publicado em: 01/07/2024 12:07 | Atualizado em: 01/07/2024 12:15

 (Foto: Marcelo Rodolfo)
Foto: Marcelo Rodolfo
Após a abertura do Festival Recife do Teatro Nacional de 2023, o musical Viva o Povo Brasileiro (de Naê a Dafé) retorna ao suntuoso palco da capital pernambucana para três apresentações, nos dias 5, 6 e 7 de julho, às 19h. O espetáculo é uma versão musical para o romance 'Viva o Povo Brasileiro', uma das obras-primas do baiano João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), vencedor dos prêmios Camões de Literatura e Jabuti. Celebrando 40 anos em 2024, esse livro poderoso ainda inspirou o samba-enredo da Império da Tijuca no Carnaval de 1987. Ingressos, a partir de R$ 19,50, já estão à venda através do Sympla. 

O musical venceu o Prêmio Shell na categoria Melhor Ator com Maurício Tizumba e foi indicado em mais três categorias – Música Original e Direção Musical, Melhor Direção e Melhor Figurino. Também foi indicado ao Prêmio APCA como Melhor Espetáculo e Melhor Ator; e ao Prêmio APTR na categoria Melhor Música.

A versão teatral, dirigida por André Paes Leme, conta com 30 músicas originais compostas por Chico César, a partir de letras inspiradas ou que utilizam parte textual da obra de Ubaldo. Já a direção musical e a trilha original são de João Milet Meirelles (da banda BaianaSystem). No elenco, estão Alexandre Dantas, Guilherme Borges, Izak Dahora, Jackson Costa, Júlia Tizumba, Luciane Dom, Lucas dos Prazeres, Maurício Tizumba e Sara Hana.

A pesquisa para a montagem de Viva o Povo Brasileiro (De Naê a Dafé) nasce da investigação de doutorado feita na Universidade de Lisboa pelo diretor André Paes Leme, que já adaptou outros clássicos da literatura para o teatro: ‘A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa’, ‘A Hora e Vez de Augusto Matraga’ e ‘Engraçadinha’. 

O desejo de falar do que seria esse povo brasileiro a partir da ótica crítica e do humor de João Ubaldo Ribeiro provocou o nascimento do projeto. "Não há possibilidade de entender o povo brasileiro sem compreender que todos nós somos o povo brasileiro, desde os povos originários até os imigrantes que chegaram muito tempo depois. Criamos esse espetáculo, que praticamente pega um terço do livro, mas traz a essência da obra ligada à ideia de ancestralidade, de espiritualidade, da luta contra a escravidão, por uma igualdade e justiça social. O texto é especialmente conectado à força feminina, que é algo muito forte a partir da personagem da Maria Dafé, que é a grande heroína", comentou André.

O livro de Ubaldo tem cerca de 700 páginas e percorre 400 anos da história do Brasil. A trama, ambientada em Itaparica, fala de uma alma que quer ser brasileira. Primeiramente, ela encarna em indígenas, até o primeiro personagem, o Caboclo Capiroba, em 1640, que é enforcado pelos portugueses colonizadores, mas tem uma filha que se chama Vu, e dela descendem as mulheres da história.
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