REJEITOU PROPOSTA

Policiais civis rejeitam proposta do Governo do Estado e prometem paralisação de 24h nesta quarta (3), diz Sinpol-PE

Além disso, os policiais pretendem realizar uma passeata no dia 11 deste mês, em que prometem entregar todos os plantões do Programa de Jornada Extra da Segurança (PJES) do mês de setembro

Publicado em: 02/07/2024 20:37 | Atualizado em: 03/07/2024 05:04

Os policiais civis  decidiram rejeitar a proposta do governo após assembleia geral, realizada nesta terça (2) (Foto: Divulgação/Sinpol-PE )
Os policiais civis decidiram rejeitar a proposta do governo após assembleia geral, realizada nesta terça (2) (Foto: Divulgação/Sinpol-PE )
 
O Sindicato dos Policiais Civil do Estado (Sinpol-PE) anunciou, nesta terça-feira (2), que reprovou a proposta salarial enviada pelo Governo do Estado à categoria e ainda promete paralisar as atividades por 24 horas, a partir das 7h desta quarta-feira (3) até às 7h da quinta (4). 

Além disso, os policiais pretendem realizar uma passeata no dia 11 deste mês, a partir das 10h30, saindo da sede do Sinpol-PE em direção ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual, na área Central do Recife, em que prometem entregar todos os plantões do Programa de Jornada Extra da Segurança (PJES) do mês de setembro. 

As informações foram confirmadas pelo presidente da entidade sindical, Áureo Cisneiros, após a realização de uma assembleia geral convocada pelo sindicato, na noite desta terça (2), na sede da entidade, no bairro de Santo Amaro, na área Central do Recife. 

Com a paralisação de 24 horas, anunciada pelo Sinpol-PE, apenas ficarão disponíveis para a população, segundo a entidade sindical, os serviços de liberação de corpos no Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, também na área Central da capital, onde o trabalho é prestado por peritos e médicos legistas. “Além disso, os policiais só irão atuar em flagrantes e em casos de violência doméstica”, alertou o presidente do Sinpol-PE, Áureo Cisneiros. 

Segundo Áureo, em votação unânime que contou com cerca de 1,8 mil votantes, a categoria rejeitou a proposta da Secretaria de Administração (SAD) que prevê “recomposição salarial para o quadriênio 2023/2026, de forma que nenhum servidor receberá ganhos inferiores à inflação no período, perfazendo em média, reajustes na ordem de 20%”, segundo disse a pasta por meio de nota. 

De acordo com Áureo Cisneiros, durante a assembleia geral, a categoria demonstrou insatisfação com a proposta feita pelo governo. 

“Reprovamos a proposta, pois não atende aos policiais civis. Continuamos recebendo o pior salário do Brasil, um rebaixamento total. Não aceitamos essa proposta, até porque não se fala em investimentos na estrutura da polícia, não fala na melhora das delegacias, dos complexos da Polícia Civil que a gestão anunciou e ainda não foi implementado. A gente se pergunta sobre o R$ 1 bilhão que a gestão da governadora Raquel Lyra anunciou para investimentos na segurança e até agora não chegou nada de melhoras. Está cada vez pior. E os crimes seguem acontecendo, pois Pernambuco é o estado mais violento do país proporcionalmente”, disparou o presidente do Sinpol-PE, acrescentando que promete a partir da quinta (4), convocar representantes do sindicato acompanharam a agenda da governadora Raquel Lyra (PSDB) para cobrar e reivindicar da chefe do Executivo sobre melhores condições de trabalho e um aumento no percentual de reajuste salarial. 

Delegados também analisarão proposta do governo

Segundo o Governo do Estado, a proposta enviada para os policiais civis também engloba a categoria de delegados. 

“Coordenadas pela secretária de Administração, Ana Maraíza, as reuniões contaram com o corpo técnico da secretaria e com a presença de representantes das categorias, para debater as propostas de reajuste dos delegados e policiais civis, apresentadas tanto nas reuniões técnicas como nas reuniões específicas, pelo período de 2024 a 2026”, disse a Secretaria de Administração (SAD), por meio de nota. 

Segundo o presidente da Associação dos Delegados de Pernambuco (Adeppe), Diogo Victor, a proposta será discutida em assembleia geral da categoria marcada para o dia 9 deste mês. Contudo, o dirigente sindical, disse que o direcionamento é que a Adeppe também reprove a proposta. 

Procurada pela reportagem do Diario de Pernambuco, a Secretaria de Administração (SAD) emitiu uma nota nesta terça (2) detalhando sobre a proposta feita pelo governo à categoria. 

Leia na íntegra a nota da SAD:

“O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Administração (SAD), firme no propósito de manter o diálogo, transparência e respeito com todas as categorias do funcionalismo público, informa que, na segunda-feira (1º) e terça-feira (02) se reuniu com a Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (ADEPPE) e com o Sindicato dos Policiais Civis (SINPOL-PE), pelas sétima e nona vezes, respectivamente.
 
Coordenadas pela secretária de Administração, Ana Maraíza, as reuniões contaram com o corpo técnico da secretaria e com a presença de representantes das categorias, para debater as propostas de reajuste dos delegados e policiais civis, apresentadas tanto nas reuniões técnicas como nas reuniões específicas, pelo período de 2024 a 2026.
 
Nas propostas, há recomposição salarial para o quadriênio 2023/2026, de forma que nenhum servidor receberá ganhos inferiores à inflação no período, perfazendo em média, reajustes na ordem de 20%. A sugestão apresentada  contempla todos os níveis de carreira dos servidores envolvidos, com reajustes lineares e adequação dos intervalos da Grade Salarial do Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios (PCCS).
 
Mesas de Negociações – A SAD vem realizando diversas reuniões com o funcionalismo público estadual por meio das Mesas de Negociações. Essas tratativas vêm sendo realizadas com cerca de 30 categorias. Como resultado, já foram celebrados acordos com mais de 60% delas, que representam, aproximadamente, 85% dos servidores públicos estaduais.
 
Concurso Público – O Governo do Estado realizou, ainda, concurso público para o preenchimento de 445 vagas para a Polícia Civil. Dessas, 250 são para o cargo de Agente de Polícia, 150 para Escrivão de Polícia e 45 para Delegados. A administração estadual poderá convocar até o dobro de vagas para todos os cargos, ou seja, poderão ser chamados 890 novos profissionais para reforçar a segurança do Estado. Essas nomeações adicionais estão condicionadas à inexistência de impedimento legal e/ou orçamentário e à expressa autorização prévia da Câmara de Política de Pessoal – CPP. Atualmente, o concurso está na fase de convocação para exame médico.
 
Investimentos na Segurança Pública – Além de todas essas ações elencadas anteriormente, o Governo do Estado também instituiu o plano estadual “Juntos Pela Segurança”, nova política de segurança pública e defesa social, lançada em novembro do ano passado já com mais de R$ 1 bilhão de recursos garantidos para sua execução. Desses, R$ 660 milhões serão destinados para investimentos e R$ 350 milhões para contratação de novos profissionais.
 
Também foram entregues, até abril deste ano, 1.757 viaturas, sendo 961 para a PM, 706 para a Polícia Civil, 29 para o Corpo de Bombeiros, 26 para a SDS, 22 para Polícia Penal, 5 para o Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) e 8 para a Operação Lei Seca. Além disso, foram destinadas 412 motocicletas, sendo 383 motocicletas para a PM, 24 para os Bombeiros e 5 para a Polícia Civil. As forças operativas também foram beneficiadas com equipamentos, sendo 7 mil coletes balísticos para a PM e 1 mil para a Polícia Civil, além de 4.074 pistolas, sendo 3.063 para a PMPE e 1.011 para Polícia Civil”.
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