Segurança pública

Campanha nacional mobiliza população para identificação de pessoas desaparecidas

De acordo com a Secretaria de Defesa do estado, Pernambuco registrou 1.694 casos de pessoas desaparecidas de janeiro a julho deste ano

Publicado em: 26/08/2024 18:30 | Atualizado em: 26/08/2024 19:17

A coleta do material genético é um procedimento simples e indolor, sendo feita por meio de saliva. Também é possível levar objetos de uso único e pessoal do desaparecido (Foto: Thatiany Lucena/DP)
A coleta do material genético é um procedimento simples e indolor, sendo feita por meio de saliva. Também é possível levar objetos de uso único e pessoal do desaparecido (Foto: Thatiany Lucena/DP)

Uma campanha nacional de mobilização para identificação de pessoas desaparecidas foi lançada nesta segunda-feira (26). A ação, que vai até a próxima sexta (30), tem o objetivo de intensificar a coleta do material genético para facilitar a localização de pessoas não identificadas no Brasil, trabalho que ocorre durante todo o ano.

 

Em Pernambuco, a Polícia Científica e a Polícia Civil, órgãos da Secretaria de Defesa Social (SDS), estão unindo esforços para colaborar com a campanha, que ocorre em parceria com as Secretarias de Segurança Estaduais.


De acordo com o Instituto de Genética Forense Forense Eduardo Campos (IGFEC), dentro do banco de perfis genéticos de Pernambuco já foram registrados 1.690 cadáveres não identificados. Atualmente, cerca de 320 familiares estão cadastradas no banco de dados do estado. 


Pernambuco é o segundo estado no Brasil que tem mais identificações de pessoas desaparecidas através de materiais genéticos. Segundo dados do instituto, desde o lançamento da rede, há cerca de dez anos, até março deste ano, 83 pessoas foram identificadas através do banco. O estado está atrás apenas do Rio Grande do Sul, que já identificou 86 pessoas. 


De acordo com a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, foram registradas pelos familiares, por meio de boletim de ocorrência, 1.694 pessoas desaparecidas de janeiro a julho deste ano. Em todo o ano de 2023, esse número chegou a 2.860.

 


Como fazer a coleta?



É importante que inicialmente o familiar realize o boletim de ocorrência e procure o Instituto de Genética Forense Forense Eduardo Campos (IGFEC), localizado em Santo Amaro, área central do Recife, para fazer a coleta do material genético. Para participar do processo, os parentes mais próximos devem comparecer ao ponto de coleta com o documento de identificação e as informações registradas no boletim.


Além do IGFEC, localizado em Santo Amaro, área central do Recife, também existem nove áreas de pontos de coleta espalhados pelo estado, em Caruaru, Garanhuns, Nazaré, Palmares, Arcoverde, Ouricuri, Salgueiro, Afogados da Ingazeira e Petrolina.


O recolhimento do material genético, que será usado exclusivamente para a identificação de pessoas, é feito por meio da coleta de saliva, um procedimento rápido e indolor.  


O perito criminal Jeyzon Valeriano, gerente do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos (IGFEC), conta que mesmo sem o boletim registrado inicialmente também é possível que o familiar faça a coleta e registre o boletim de ocorrência depois. “A família faz o registro do boletim de ocorrência, mas não necessariamente seria uma obrigação dela registrar, se ela não registrar, ela pode registrar depois. O importante é que esse familiar venha aqui no Instituto de Genética Forense e possa doar o material biológico para que a gente possa inserir esse perfil de DNA no banco e a partir daí poder identificar o seu parente desaparecido, a partir de pessoas que já foram localizadas, mas que ainda não foram identificadas, sejam vivas ou mortas”, explicou Jeyzon. 


Jeyzon Valeriano aponta também o alcance dessa coleta de dados a nível nacional. “O perfil de DNA quando a gente insere ele aqui em Pernambuco, ele é compartilhado automaticamente com o banco nacional que congrega os bancos estaduais de perfis genéticos e o banco da Política Federal. Uma vez no banco nacional, esse cruzamento de informações permite que um familiar aqui em Pernambuco possa identificar um corpo que esteja, por exemplo, em outro estado”, destaca Jeyzon, explicando ainda que essa situação ocorre com frequência. 


No Brasil, a rede nacional se comunica com os bancos de outros países 150 países através da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). 


Coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), a ação conta com três fases: 

 

Coleta de amostras de DNA de familiares de pessoas desaparecidas,que ocorre entre o dia 26 de agosto até o dia 30. No segundo momento, haverá a mobilização para a coleta de digitais de pessoas vivas com identidade desconhecida. Já na terceira etapa será realizada a coleta de digitais de cadáveres não identificados que estão nos IMLs.




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