GUERRA

Moscou acusa Kiev de tentativa de terrorismo nuclear em Kursk

A Ucrânia negou a investida, afirmando que o cenário desejado pela Rússia não se sustenta

Publicado em: 23/08/2024 12:03

 (Foto: Pixabay)
Foto: Pixabay
A Rússia acusou hoje o governo ucraniano de tentar atacar a central nuclear de Kursk  com um drone. “Kiev tentou cometer um ato de terrorismo nuclear com um drone kamikaze numa central nuclear localizada em Kurchatov, na região de Kursk. Um veículo aéreo não tripulado ucraniano foi abatido nas proximidades da central nuclear", denunciaram as autoridades russas, acrescentando que a ogiva do drone continha uma granada antitanque.

“Esses acontecimentos exigem uma resposta imediata por parte da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)” afirmou Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo.
 
Kiev, por sua vez, negou a investida. “O cenário desejado pela Rússia, segundo o qual as Forças Armadas da Ucrânia atacariam a Central Nuclear de Kursk para acusá-las de terrorismo nuclear, não se sustenta”, disse o Conselho Nacional de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia.
 
A AIEA confirmou na quinta-feira (22) que a Rússia informou sobre a descoberta de restos de um drone a poucos metros da central nuclear de Kursk, uma região parcialmente ocupada pela Ucrânia desde a incursão militar em território russo. “Os fragmentos do drone foram encontrados a cerca de 100 metros do depósito de combustível nuclear usado da central, após ter sido interceptado na madrugada de 22 de agosto. A atividade militar nas proximidades de uma central nuclear representa um sério risco para a segurança nuclear", alertou o chefe da AIEA, Rafael Grossi, mas sem especificar de quem partiu o drone abatido na zona da central.
 
Grossi também já anunciou uma visita ao local durante a próxima semana.
 
Três dias após o começo da operação ucraniana em solo russo, a AIEA pediu imediatamente as duas partes para exercerem a máxima contenção para evitar um acidente nuclear com potencial de graves consequências radiológicas à medida que os combates se aproximavam da central nuclear. 
 
De acordo com a agência nuclear da ONU, as instalações de Kursk têm seis unidades, duas estão paradas, duas estão totalmente operacionais e duas estão em construção. “Estou pessoalmente em contato com as autoridades relevantes de ambos os países e vou continuar a atualizar a comunidade internacional conforme apropriado”, indicou Grossi.
 
A AIEA adverte frequentemente sobre o risco que a invasão da Ucrânia pela Rússia representa para as centrais nucleares, tendo inclusive no último sábado alertado que a situação de segurança na central nuclear ucraniana de Zaporíjia, a maior da Europa, e controlada pelos russos logo no início da guerra, estava se deteriorando depois de um ataque de drones nas proximidades.
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