GUERRA

Negociações do cessar-fogo em Gaza são adiadas

Conversações seriam retomadas na última quarta-feira (21), mas foram prorrogadas para uma data não definida

Publicado em: 22/08/2024 12:04

Palestinos observam fumaça subindo de um prédio atingido por um ataque israelense no bairro de Rimal, no centro da cidade de Gaza (Foto: OMAR AL-QATTAA / AFP
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Palestinos observam fumaça subindo de um prédio atingido por um ataque israelense no bairro de Rimal, no centro da cidade de Gaza (Foto: OMAR AL-QATTAA / AFP )
Os países mediadores no acordo de trégua na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas  anunciaram que foi adiada a rodada de negociações para um cessar-fogo no enclave palestino.
 
Segundo a agência de notícias espanhola EFE, fontes disseram que a retomada iria acontecer na quarta-feira (21), no Cairo, com a participação de representantes de Israel, no entanto asseguraram que as conversações foram prorrogadas para uma data não definida.
 
Mas as razões do adiamento não foram especificadas pelos mediadores, Egito, Catar e Estados Unidos, e ocorreu logo após o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter nesta madrugada deixado Doha, sua última escala na nona viagem que fez ao Oriente Médio.
 
O governo israelita havia aceitado a proposta do acordo de cessar-fogo e libertação de reféns, que não abordou, entretanto, a retirada total de Gaza, nem os dois corredores atualmente ocupados por Israel, o de Netzarim (que divide a Faixa em duas) e o de Filadélfia, que liga a Faixa de Gaza ao Egito. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, assinalou que a trégua seria temporária. “Israel vai insistir na concretização de todos os seus objetivos para a guerra, tal como foram definidos pelo gabinete de segurança, incluindo que Gaza nunca mais constitua uma ameaça à segurança de Israel. Para tal, é necessário assegurar a fronteira sul”, disse.
 
O Hamas, por sua vez, já manifestou reticências e reservas sobre a recente proposta apresentada para o acordo, alegando que apenas as exigências de Tel Aviv tinham sido incluídas, além de apontar terem alterações significativas às propostas apresentadas anteriormente pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que o grupo considerou válida, mas Israel recusou na ocasião.  “A última proposta é um golpe, que não considera um cessar-fogo total e a retirada completa do exército israelita do enclave”, acusou o Hamas.
 
De qualquer modo, os mediadores afirmaram que vão continuar a trabalhar em conjunto para transmitir às partes que nenhuma delas deve tomar medidas que prejudiquem os esforços para chegar a um acordo de cessar-fogo. “É importante unificar os esforços regionais e internacionais para chegar a um acordo que leve a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, assim como a troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinos, evitando as consequências de uma escalada regional", reiterou Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, primeiro-ministro  e ministro das Relações Exteriores do Catar.
 
Biden também destacou a urgência de se alcançar um acordo para cessar-fogo e de libertação de reféns em Gaza, em uma conversa telefônica hoje com o Netanyahu. Os dois líderes ainda discutiram os esforços ativos e contínuos de Washington no apoio a defesa de Tel Aviv contra todas as ameaças do Irã, incluindo o Hamas, o Hezbollah e os Houthis, para incluir destacamentos militares defensivos dos EUA em curso.
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