Sistema penitenciário

Projeto de ressocialização de presos a partir da música é criado no Agreste

As aulas teóricas e práticas abordam desde o corte da madeira até a confecção do instrumento e formação musical

Publicado em: 23/08/2024 11:05 | Atualizado em: 23/08/2024 11:10

Instrumentos musicais são fabricados em presídio  (Foto: Governo de Pernambuco
)
Instrumentos musicais são fabricados em presídio (Foto: Governo de Pernambuco )
Um projeto de ressocialização de presos a partir da música foi criado, de forma experimental, no Agreste pernambucano. 

A ação foi divulgada pela  Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap).

 O projeto-piloto está sendo desenvolvido pelo Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), em Canhotinho, desde o início deste mês. 

Batizado de Baqueart, a ação oferece a oportunidade de profissionalização aos detentos e sua reinserção no mercado de trabalho por meio da produção de instrumentos e formação musical.  

O início das aulas teóricas e práticas, todas no formato presencial, ocorreu no dia 5 de agosto com encontros semanais que seguem até o final deste mês. 
 
No CRA são contempladas 30 detentos, mas o projeto pode ocorrer em qualquer unidade prisional de Pernambuco.
 
 O secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Paulo Paes, explica os benefícios do projeto. 
 
“É uma forma de oportunizar às pessoas em privação de liberdade uma formação para que saiam do sistema prisional com possibilidades de sustentar a família e seguir a vida com dignidade. A nossa meta é aumentar o número de pessoas trabalhando dentro do sistema e o alcance dessa meta passa pela profissionalização”. Os participantes do projeto têm direito à remição de pena de um dia a cada três trabalhados e salário, conforme a Lei de Execução Penal.  

“Estamos passando por uma transformação e ressignificação do sistema penitenciário de Pernambuco para que as pessoas em privação de liberdade tenham oportunidade de trabalho, de renda e educação. É um projeto que oferece a experiência desde o corte da madeira à afinação do instrumento”, afirmou o superintendente de Trabalho e Ressocialização da SEAP, Alexandre Felipe. 

O professor do curso, Sérgio Reis, ressalta que “todo o trabalho é sem emprego de componente químico, sem emprego de máquinas, tudo manual, artesanal.
 
Os produtos utilizados nessa oficina são naturais, sem adição de solvente, resina, ácidos ou outros produtos que possam afetar a natureza”.
 
Entre os instrumentos fabricados estão zabumba, alfaia, surdo e pandeiro. A carga horária dos cursos é de quatro horas diárias, de segunda a sexta-feira. O CRA funciona sob o regime semiaberto. 
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL