CONTAS PÚBLICAS

Brasil precisa reequilibrar as contas, mas ''de forma criteriosa'', diz Haddad

O ministro da Fazenda afirmou nesta quinta-feira (12/9), durante o programa "Bom dia, Ministro", que as contas do Brasil estão desequilibradas desde 2015

Publicado em: 12/09/2024 11:31

Haddad sobre ajuste fiscal: ''Não tem lobby de pobre em Brasília, você não tem manifestação de gente pobre pedindo. O que tem é lobby de empresa, de escritório de advocacia. É um inferno isso aqui''  (Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
Haddad sobre ajuste fiscal: ''Não tem lobby de pobre em Brasília, você não tem manifestação de gente pobre pedindo. O que tem é lobby de empresa, de escritório de advocacia. É um inferno isso aqui'' (Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (12/9) que o Brasil precisa reequilibrar as contas. Porém, segundo ele, isso precisa ser feito de forma criteriosa, para que as pessoas que dependem de oportunidades possam tê-las. A afirmação foi feita durante entrevista concedida ao programa "Bom dia, Ministro".

 

“Nós temos que entender que ajuste fiscal, equilibrar as contas é necessário para o Brasil, para que as pessoas que dependem do Estado, que dependem de oportunidades possam tê-las. Assim, aqueles que não pagavam impostos que voltem a pagar porque estão há mais de 10 anos sem pagar”, destacou Haddad. 

 

De acordo com o ministro, as contas estão desequilibradas desde 2015. “Os estados estão com as contas totalmente desequilibradas, mas alguém pode dizer: ‘isso foi bom para o país, o país cresceu’. É o contrário, o país não cresceu, o Brasil não gerou emprego, ele perdeu posições no ranking mundial de maiores produto interno bruto (PIBs)”, apontou. Segundo ele, o Brasil era a 6ª economia do mundo, e passou para a 12ª economia. “Mas, hoje, nós já somos a 8ª novamente, estamos a duas posições do recorde do governo Lula”, frisou. 

 

Haddad também afirmou que alguém tem que pagar a conta e questionou: “Você deixa uma grande empresa 10 anos sem pagar imposto para fazer o ajuste fiscal em cima do salário mínimo? Fazer o ajuste fiscal em cima do Bolsa Família? É uma coisa criteriosa, eu sei que tem muito lobby. Não tem lobby de pobre em Brasília, você não tem manifestação de gente pobre pedindo. O que tem é lobby de empresa, de escritório de advocacia. É um inferno isso aqui”. 

 

O chefe da Fazenda explicou também que já há uma conversa com o Congresso para pedir pelo fim dos "jabutis" — emendas parlamentares que não posseum ligação direta com o texto principal colocado em discussão no Congresso. “A maioria dos ministros até tentou fazer alguma coisa, mas não tinha força para conseguir. Nós estamos tendo a energia e a compreensão necessária com o Congresso, desde que essa fase terminou. Essa fase do jabuti, do favor, tem que terminar, em busca de mais transparência, de oferecer apoio para quem precisa”, enfatizou.

 

“Há empresas que precisam de apoio, indústrias nascentes, áreas estratégicas, áreas que são sensíveis. Pega o Plano Safra, o Brasil é o maior produtor de alimentos do mundo, e agora nós nos tornamos o maior exportador de produtos alimentícios industrializados. Nós temos que encontrar o caminho do equilíbrio”, continuou Haddad.

 

Geração de emprego

 

Durante a entrevista, o ministro ressaltou ainda que o Brasil está batendo recorde na geração de emprego. “Estamos gerando emprego? Muito. Nós geramos, em sete meses, 1,5 milhão de empregos no Brasil. Nós estamos batendo recorde de geração de empregos no Brasil.” 

 

Segundo ele, o problema do Brasil não é a oferta de mão de obra ou de demanda. ”A demanda, eu converso com qualquer empresário de qualquer setor, e a pessoa vai dizer que está com dificuldades de contratar. ‘Eu preciso contratar, eu quero expandir meus negócios’. Então, nós temos que compreender, que esse é o momento de fazer essa correção de rota. A economia vai crescer mais de 3% este ano, a geração de emprego vai ser recorde este ano, e nós não podemos nos acomodar”, disse.

 

As informações são do Correio Braziliense. 

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL