Facção Criminosa

Chefão do Comando Litoral lavou dinheiro com jóias, mansões e empresa de fachada, diz MPPE

Apontado como número 1 da facção, Osnir Cabeça é acusado de registrar carro com documento falso e de usar nome da cunhada para comprar dois imóveis em lavagem de dinheiro do tráfico

Publicado em: 09/09/2024 05:17 | Atualizado em: 09/09/2024 05:15

Casa de Osnir Cabeça, apontado como líder máximo do CLS, em condomínio de luxo em Parnamirim (RN) (Reprodução/PolíciaCivil)
Casa de Osnir Cabeça, apontado como líder máximo do CLS, em condomínio de luxo em Parnamirim (RN) (Reprodução/PolíciaCivil)

 
Apontado com o chefão da facção Comando Litoral Sul (CLS), o antigo Trem Bala, que aterroriza diferentes cidades no Grande Recife, o preso Osnir Cândido Urbano, o Osnir Cabeça, de 47 anos, é acusado de comprar joias, usar empresa de fachada e registrar imóveis no nome de parentes para ocultar bens obtidos com o tráfico de drogas.

Osnir Cabeça, a mulher dele e a cunhada foram alvos de denúncia e são réus por lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) desde dezembro de 2023. O processo ainda não tem sentença e os acusados optaram por ficar em silêncio durante audiência realizada na semana passada.

Conforme revelou o Diario de Pernambuco, Osnir é indicado como o responsável por todas as remessas de cocaína, maconha, skunk e crack, vendidas pelo CLS, e também articula os contatos com fornecedores de fora do Estado. A descoberta da sua chefia na facção só aconteceu após a prisão de Evanilson José da Silva, o Bambam, de 37 anos, em março de 2022, até então considerado o maior líder do grupo.

Com antecedentes criminais, Osnir escapou da cadeia em 2017 e só foi recapturado seis anos depois, em um condomínio de alto padrão na cidade de Parnamirim, no Rio Grande do Norte. Na casa, os policiais também apreenderam o documento falso usado pelo foragido, anotações do tráfico de drogas e mais de 60 jóias, incluindo colar de pérolas e pulseiras de ouro.
 
Empresa e imóveis

Para esconder a movimentação milionária dos seus negócios ilegais, Osnir se valia de uma empresa de fachada, chamada de Araújo Importações e Exportações, de acordo com a promotoria.

O chefão do CLS também teria usado o dinheiro do tráfico para comprar um Chery Tiggo 5x Tx, registrado com sua identidade falsa, e um Jeep Compass Limited TD, no nome da esposa. Os veículos foram apreendidos durante a Operação Restolho, deflagrada pela Força Integrada de Combate do Crime Organizado (Ficco-PE), no ano passado, para combater a lavagem da facção.

Os investigadores acusam Osnir, ainda, de usar o nome da cunhada para adquirir outros dois imóveis em Natal, a capital do Rio Grande do Norte. Hoje, essas casas estão avaliadas, ao todo, em R$ 1,5 milhão, segundo a acusação.

No processo, as mulheres negam participar da facção criminosa e pedem o relaxamento das prisões preventivas – o que só foi aceito pela Justiça, até o momento, no caso da cunhada. Já a defesa de Osnir contesta a investigação e diz que as provas apresentadas seriam ilícitas.

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