ELEIÇÃO

Espanha adia reconhecer Urrutia como presidente eleito da Venezuela

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse que neste momento quer buscar uma solução negociada no impasse político na Venezuela

Publicado em: 11/09/2024 14:07

Edmundo González Urrutia (Foto: Federico PARRA / AFP)
Edmundo González Urrutia (Foto: Federico PARRA / AFP)
O governo da Espanha decidiu, por enquanto, não reconhecer Edmundo González Urrutia como vencedor das eleições presidenciais da Venezuela. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse que neste momento quer buscar uma solução negociada no impasse político na Venezuela, para que não se repita com Urrutia o que aconteceu a Juan Guaidó, cujo reconhecimento pela comunidade internacional não teve qualquer efeito.

"O Governo de Espanha pediu a publicação das atas das eleições na Venezuela. Não reconhecemos a vitória de Maduro e trabalhamos pela unidade dentro da União Europeia que permita uma margem de mediação até o final do ano, para podermos encontrar uma saída que transmita a vontade democrática expressa nas urnas pelo povo venezuelano", afirmou Sánchez.

Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória nas eleições venezuelanas de julho, chegou no domingo a Madrid e pediu asilo político a Espanha.

Sánchez disse hoje que a concessão de asilo político a González Urrutia foi um gesto de humanidade, de compromisso humanitário da sociedade espanhola e do Governo com uma pessoa que, infelizmente, é alvo de perseguição e repressão.

O primeiro-ministro espanhol lamentou as críticas da direita e extrema-direita espanholas (Partido Popular e Vox), que acusou de usarem politicamente a situação na Venezuela, e questionou qual teria sido a reação dos partidos e da sociedade espanhola se o governo tivesse recusado o pedido de asilo de Urrutia.

O Partido Popular e o Vox querem que o parlamento reconheça imediatamente Urrutia como presidente eleito da Venezuela. 

O Partido Socialista (PSOE), de Sanchez, também se manifestou e reiterou que a Espanha tem a mesma posição de toda a União Europeia, que age como um bloco. “Foi o governo de Madrid que levou a questão a UE e o governo respondeu a um pedido de asilo político do próprio González Urrutia”, explicou a deputada Cristina Narbona, do PSOE.

Cristina Narbona considerou ainda que reconhecer Urrutia presidente eleito seria criar "expectativas falsas" aos venezuelanos, fazendo-os acreditar numa "varinha mágica que faria desaparecer o regime de Maduro", e lembrou também o precedente de Guaidó.


Na terça-feira (10), centenas de venezuelanos que residem em Madri, convocados através das redes sociais pela líder da oposição do país, María Corina Machado, se manifestaram em gente ao parlamento espanhol pedindo que Urrutia seja reconhecido como presidente legítimo da Venezuela.
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