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EUA criticam ordem de prisão a Urrutia e estudam ações contra Maduro

O porta-voz da segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, adiantou que os EUA consideram tomar medidas contra o governo de Maduro.

Publicado em: 03/09/2024 17:52 | Atualizado em: 03/09/2024 17:59

 (Gabriela Oraa / AFP)
Gabriela Oraa / AFP

 

O governo dos Estados Unidos condenou hoje a ordem de prisão emitida contra o líder da oposição na Venezuela, Edmundo González Urrutia, considerando-a injustificada. 

 

"Em vez de reconhecer a derrota eleitoral e preparar uma transição política na Venezuela, Maduro ordenou agora a detenção do líder democrático que venceu esmagadoramente nas urnas", indicou Brian A. Nichols, Chefe dos Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA. Nichols citou ainda que Urrutia promoveu a reconciliação nacional, razão pela qual Washington se junta à lista crescente de parceiros internacionais que condenaram o mandado de captura.

 

O porta-voz da segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, adiantou que os EUA consideram tomar medidas contra o governo de Maduro. "Em coordenação com os nossos parceiros, estamos a considerar uma diversidade de opções para demonstrar ao Sr. Maduro e aos seus representantes que as suas ações na Venezuela terão consequências", afirmou Kirby.

 

Mas, o paradeiro de Urrutia continua desconhecido.

 

O Ministério Público venezuelano acusou Edmundo González Urrutia de vários crimes relacionados com a divulgação na Internet de documentos que provariam a derrota eleitoral de Maduro na eleição presidencial em julho. O MP já tinha advertido que, se o líder da oposição não comparecesse na última sexta-feira para a terceira convocatória, iria ordenar a sua prisão.

 

Também nove países da América Latina criticaram a ordem de prisão, afirmando estar em curso uma perseguição política. "Este mandado de detenção cita vários alegados crimes que não são mais do que mais uma tentativa de silenciar o senhor González e ignorar a vontade popular venezuelana", diz a nota emitida em conjunto pela Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

 

Já a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que impera na Venezuela um clima de medo, uma vez que há detenções por as pessoas expressarem ideias ou por quererem participar na vida política. "O que estamos assistindo na Venezuela é uma situação muito lamentável, na qual as pessoas estão sendo detidas por exercerem o seu direito à participação política, à liberdade de expressão ou à liberdade de reunião", disse Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos. 

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