DETENÇÃO

MP da Venezuela emite mandado de detenção para Milei

Tarek William Saab disse que Milei se tornou um perigo brutal para todo o hemisfério.

Publicado em: 19/09/2024 14:55

 (Foto: Luis ROBAYO / AFP)
Foto: Luis ROBAYO / AFP

 

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou que emitiu um mandado de detenção contra o presidente argentino, Javier Milei, a secretária-geral da presidência, Karina Milei, e a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, pelos crimes de roubo qualificado, lavagem de capitais, privação ilegal de liberdade, desmantelamento de aeronaves e associação criminosa.

 

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina repudiou os mandados de detenção. “A apreensão do avião venezuelano foi uma decisão judicial”, enfatizou o comunicado da chancelaria, acrescentando que vigora a separação de poderes na Argentina, o que infelizmente não é o caso na Venezuela sob o regime de Nicolás Maduro.

 

Saab também disse que Milei se tornou um perigo brutal para todo o hemisfério. "Um dos casos que mais aponta isso, onde o Ministério Público abriu uma investigação com base no direito internacional e na lei que rege o nosso país, é o roubo do avião da Emtrasur", afirmou o procurador-geral, que declarou ainda ter nomeado dois procuradores especializados para estes processos.

 

Na quarta-feira (18), Saab informou que um procurador investigará alegados crimes contra a humanidade na Argentina, após condenar o que descreveu como ataques contra idosos e jovens na repressão de manifestações contra o governo. 

 

“Milei ataca a Venezuela, as instituições democráticas venezuelanas, o Estado venezuelano e aqueles que assumem o nacionalismo bolivariano como parte de uma doutrina de libertação do povo", indicou.

 

Em junho de 2022, as autoridades da Argentina apreenderam um avião da Emtrasur, uma companhia aérea de carga venezuelana e subsidiária de uma empresa estatal sob sanções dos EUA. Os 19 tripulantes foram detidos e depois libertados, incluindo quatro iranianos, um dos quais era, de acordo com os Estados Unidos, um ex-comandante da Guarda da Revolução do Irã, organização considerada terrorista por Washington.

 

Em fevereiro, já sob a presidência de Milei, os EUA tomaram posse do avião. No início de setembro, a Venezuela alegou ter provas de que a Embaixada da Argentina em Caracas estava sendo usada para o planejamento de atividades terroristas e tentativas de homicídio contra o presidente, Nicolás Maduro, e a vice-presidente, Delcy Rodríguez.

 

Alguns dos seis requerentes de asilo da oposição, refugiados desde março na representação diplomática argentina em Caracas, afirmaram que policiais encapuzados e armados cercaram o prédio.  A partir de então, o Brasil tem, desde agosto, a guarda das sedes diplomáticas da Argentina e do Peru na Venezuela, além da representação dos cidadãos e dos interesses dos dois países, após a expulsão dos membros de ambas as delegações por não aceitarem a vitória de Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho. 

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