Operação Integration

Tornozeleira e proibição de usar redes sociais: veja medidas que Justiça impôs para Deolane sair da cadeia

Diario teve acesso à decisão do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, do TJPE, que concedeu prisão domiciliar para influenciadora e negou liberdade para mãe dela

Publicado em: 09/09/2024 16:37 | Atualizado em: 09/09/2024 16:56

Deolane foi alvo de uma mandado de prisão preventiva na quarta-feira (4) e passou cinco dias na cadeia (Foto: Rafael Vieira/DP Foto)
Deolane foi alvo de uma mandado de prisão preventiva na quarta-feira (4) e passou cinco dias na cadeia (Foto: Rafael Vieira/DP Foto)
Beneficiada por um habeas corpus, a advogada e influenciadora Deolane Bezerra, de 36 anos, suspeita de participar de esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresa de apostas,  deixou a cadeia no Recife, na tarde desta segunda-feira (9).
 
A mãe dela,  Solange Alves Bezerra, de 56 anos, presa durante mesma investigação, teve o pedido negado e seguirá na prisão. As duas alegam inocência.

O Diario de Pernambuco teve acesso à decisão do desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que acatou parte dos pedidos da defesa de Deolane e Solange. 
 
Mãe e filha tiveram a prisão preventiva decretada na Operação Integration, deflagrada pela Polícia Civil na semana passada.

No caso de Deolane, o desembargador entendeu que a influenciadora é mãe de uma menina de 8 anos, que dependeria dela, e decidiu conceder prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. 
 
A medida que beneficia mãe de menores de idade é prevista em habeas corpus coletivo concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A influenciadora também não poderá sair de casa aos finais de semana ou feriados. Além disso, o magistrado determinou outras cautelares: não se manifestar em redes sociais ou na imprensa, não ter contato com outros investigados e comparecer a todos os atos do processo para os quais for intimida.

“De fato, segundo consta dos autos, a paciente é primária, possui bons antecedentes, seu trabalho é o sustento da sua família, bem como é mãe de uma criança com 8 anos”, escreveu o magistrado, na decisão.

Mãe segue presa

Por sua vez, a mãe da influenciadora alegou à Justiça ser portadora de doença cardíaca. Ao analisar o habeas corpus, o desembargador entendeu não estar “configurado o iminente risco de vida” e negou a soltura.

Na investigação, Solange é suspeita de movimentar “valores acima de sua capacidade financeira, com alta fragmentação nas contrapartes e rápida evasão de recursos”.

Também estaria ligada a transações de “valores frequentemente arredondados” – entre elas, de R$ 10 mil, R$ 15 mil e R$ 20 mil. 

Na delegacia, Solange declarou renda mensal de R$ 20 mil. Questionada sobre as transações, no entanto, alegou “não se lembrar” ou “não ter informações” na maioria dos casos. 

Investigação

Deolane foi alvo de uma mandado de prisão preventiva na quarta-feira (4) e passou cinco dias na cadeia.

Na ordem para prendê-la, assinada pela juíza de primeiro grau, pesa contra a influenciadora o fato de ter comprado e revendido um veículo de luxo em um curto período. Os negócios envolveram uma empresa investigada no esquema.

A compra e venda rápida de um bem de alto valor é um método clássico de lavagem de dinheiro, e neste caso, a associação com a mãe de Deolane Bezerra, Solange Bezerra, apenas reforça os indícios.”

O esquema investigado envolve mais de 30 pessoas físicas e empresas. O pivô é a empresa Esportes da Sorte, com sede no Recife, com quem Deolane alega ter contratos de publicidade.

“As circunstancias concretas dos fatos narrados como crime, evidenciam a periculosidade dos réus, que conforme as informações prestadas nos autos, formam um complexo esquema de conluio criminoso (organização criminosa) destinado à prática de crimes de lavagem de capitais, ocultação de bens, sonegação de impostos, referentes aos valores provenientes da exploração ilegal dos jogos de azar, promovendo, constituindo, financiando e integrando, pessoalmente e por interpostas pessoas e empresas, organização criminosa”, registra do mandado de prisão.


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