ESTADOS UNIDOS

Três iranianos são acusados de hackear a campanha de Trump

Homens também são suspeitos de ligação com os Guardiões da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica do Irã
Por: AFP

Publicado em: 27/09/2024 21:22

Ex-presidente dos EUA e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump (foto: JEFF KOWALSKY / AFP)
Ex-presidente dos EUA e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump (foto: JEFF KOWALSKY / AFP)

Os Estados Unidos apresentaram, nesta sexta-feira (27), acusações contra três iranianos por supostamente hackearem a campanha do candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, informou o Departamento de Justiça. 

 

Paralelamente, o Departamento de Estado anunciou uma recompensa de até 10 milhões de dólares (R$ 54,3 milhões) por informações sobre esses três homens, que são suspeitos de ligação com os Guardiões da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica do Irã.

 

Além disso, o Tesouro dos EUA impôs sanções econômicas contra sete pessoas, incluindo um dos acusados.

 

Esse suposto ataque cibernético faz parte dos "esforços do Irã para semear discórdia e minar a confiança no sistema eleitoral americano", afirmou o procurador-geral e secretário de Justiça, Merrick Garland, em uma coletiva de imprensa.

 

"A mensagem do governo americano é clara: é o povo americano, e não uma potência estrangeira, que decide o resultado de nossas eleições, não o Irã e suas ações cibernéticas maliciosas", declarou Garland.

 

"Nem a Rússia" e "nem a China", acrescentou, referindo-se às tentativas de interferência atribuídas a esses países por Washington.

 

A acusação divulgada hoje envolve três cidadãos iranianos "empregados pelos Guardiões da Revolução", que a partir de maio de 2020 miraram a "campanha presidencial 1", uma referência a Trump, sem mencionar diretamente seu nome.

 

"Os acusados deixaram claro seu desejo de minar a campanha do ex-presidente Trump para as eleições de 2024", disse Garland. 

 

Essa ofensiva cibernética foi patrocinada "pelo governo iraniano", afirmou o diretor do FBI, a polícia federal americana, Christopher Wray, em comunicado.

 

"Vocês e seus hackers não podem se esconder atrás de seus teclados", acrescentou, dirigindo-se ao Irã.

 

Os acusados enfrentam formalmente acusações de hackeamento, apoio ao "terrorismo", fraude eletrônica e roubo de identidade.

 

Os Guardiões da Revolução estão na lista dos Estados Unidos de "organizações terroristas estrangeiras" desde 2019.

 

Segundo as acusações, os três iranianos são hackers experientes que, desde janeiro de 2020, participam de uma ampla operação com múltiplos objetivos: roubar dados e informações sobre a política dos EUA no Oriente Médio e avançar em planos de retaliação pela morte do general Qasem Soleimani.

 

Esse oficial dos Guardiões, responsável pelas operações militares iranianas no Oriente Médio, foi morto em 3 de janeiro de 2020 em um ataque com drones no Iraque ordenado por Trump.

 

Nos últimos meses, os hackers teriam visado principalmente a campanha do candidato republicano.

 

Após realizar operações de ‘phishing’ para acessar as contas de e-mail de vários membros da campanha, eles roubaram informações sobre os preparativos para o debate presidencial de junho e sobre os possíveis companheiros de chapa de Trump, indicou a mesma fonte.

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