AMEAÇA

EUA pressionam Israel em ajuda humanitária a Gaza com ameaça de cortar fornecimento de armas

O Canadá também condenou os ataques israelenses contra infraestruturas civis no norte da Faixa de Gaza

Publicado em: 16/10/2024 15:38

O alerta foi feito pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken (foto: Tang Chhin Sothy / POOL / AFP)
O alerta foi feito pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken (foto: Tang Chhin Sothy / POOL / AFP)

Os Estados Unidos ameaçaram cortar o envio de ajuda militar para Israel se a situação humanitária na Faixa de Gaza não melhorar nos próximos 30 dias. O alerta foi feito pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e pelo secretário de Defesa, Lloyd Austin, alegando que a entrada de ajuda na região caiu mais de 50%.

 

De acordo com o jornal The Times of Israel, as exigências de Blinken e Austin são aumentar o fornecimento de ajuda humanitária até ao início do inverno, facilitar a entrega de ajuda através da Jordânia e acabar com o isolamento do norte de Gaza. “A falta de demonstração de um compromisso sustentado com a implementação e manutenção destas medidas pode ter implicações para a política dos EUA ao abrigo da legislação relevante”, diz o documento enviado a Tel Aviv, em alusão às leis que regem a assistência militar estrangeira.

 

O Canadá também condenou hoje os ataques israelenses contra infraestruturas civis no norte da Faixa de Gaza, que já causou dezenas de mortos nos últimos dias além de centenas de feridos e afirmou que a situação humanitária em Gaza é cada vez mais terrível e inaceitável.

 

Enquanto isso, o Reino Unido considera aplicar sanções contra ministros israelenses. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apontou que os alvos seriam o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, e o ministro da Segurança interna, Itamar Ben-Gvir, devido aos comentários que fizeram sobre os civis em Gaza e ainda as atividades dos colonos na Cisjordânia ocupada. Smotrich já disse que a fome de civis em Gaza poderia ser justificada e Ben-Gvir de que os   de violência na Cisjordânia eram heróis. “Estamos analisando a possibilidade porque são comentários obviamente abomináveis”, disse Starmer, que também limitou algumas licenças de exportação de armas para Israel, afirmando que havia o risco de que determinados equipamentos pudessem ser usados para cometer graves violações do direito humanitário internacional.

 

Na terça-feira, o Reino Unido já anunciou novas sanções contra organizações de colonos israelenses que, segundo o primeiro-ministro  patrocinaram e incitam a violência contra as comunidades palestinas na Cisjordânia.

 

Já a agência da Organização das Nações Unidas para os refugiados palestinos (UNRWA) indicou hoje que está próximo um possível ponto de ruptura das suas operações em Gaza devido às condições cada vez mais complicadas. “Não vou esconder o fato de podermos chegar a um ponto em que não poderemos continuar a operar. Estamos muito perto de um possível ponto de ruptura. Quando será? Não sei. Mas estamos muito perto disso”, disse Philippe Lazzarini, diretor da UNRWA.

 

Por sua vez, o Cogat, entidade israelense que supervisiona os territórios palestinos e faz a coordenação com os grupos de apoio, afirmou nesta quarta-feira (16) que a ajuda chegou ao norte de Gaza pela primeira vez em duas semanas. O Cogat informou que entrou no enclave 145 caminhões de ajuda humanitária, com alimentos, produtos de higiene, leite em pó para bebês e equipamento para abrigos, através dos pontos de passagem de Kerem Shalom e Erez.

O jornal britânico The Guardian também noticiou que nove caminhões-cisterna de combustível e seis caminhões-cisterna de gás de cozinha destinados ao funcionamento de infraestruturas essenciais foram transferidos para Gaza. 

 

“Israel mantém o compromisso de trabalhar com os seus parceiros internacionais para garantir que a ajuda chegue aos que dela necessitam na Faixa de Gaza”, afirmou Danny Danon, embaixador israelense nas Nações Unidas.


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