ORINTE MÉDIO
Irã afirma que vai retaliar Israel de modo brutal
Israel atacou instalações militares iranianas no último sábado (26)Publicado em: 31/10/2024 18:19 | Atualizado em: 31/10/2024 18:32
Chefe de gabinete do líder supremo do Irã, o ayatollah Ali Khamenei (foto: KHAMENEI.IR / AFP) |
Segundo a agência de notícias iraniana Tasnim, o Irã prometeu nesta quinta-feira (31) uma resposta "brutal" ao ataque israelense do último sábado contra as instalações militares iranianas, afirmando que Israel vai se arrepender, de acordo também com o divulgado por outras mídias locais.
"A recente ação do regime sionista, que atacou partes do nosso país, foi um ato desesperado e a República Islâmica do Irã vai responder de uma forma brutal que fará com que Israel se arrependa", anunciou Mohammad Mohammadi Golpayegani, chefe de gabinete do líder supremo do Irã, o ayatollah Ali Khamenei.
Mas, na sua resposta inicial aos ataques do passado fim de semana, Ali Khamenei, optou por dar uma resposta mais ponderada, garantindo que os ataques “não devem ser exagerados nem minimizados”.
Khamenei ainda elogiou o desempenho da defesa aérea iraniana que impediu a entrada de aviões de combate do regime sionista no território iraniano e afirmou que os danos causados pelos ataques foram "mínimos".
O comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irã, o general Hossein Salami, alertou que estaria reservada a Israel uma resposta inimaginável. "Israel atingiu a fase de colapso e está agora a agir cegamente, sem respeitar quaisquer regras, e a cometer todos os tipos de crimes", disse.
De acordo também com o site Axios, o Irã se prepara para atacar Israel nos próximos dias, possivelmente antes das eleições nos EUA, já sugerem serviços secretos israelenses. A ofensiva deverá ser lançada a partir do Iraque, usando um grande número de drones e mísseis balísticos.
Por outro lado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assegurou que o seu o país encontra-se numa posição de domínio militar sobre Teerã, já que o exército israelense pode atacar qualquer parte do território iraniano a qualquer momento, conforme as necessidades exigirem.
"As palavras descaradas dos líderes do regime iraniano não podem esconder o fato de que Israel tem hoje mais liberdade de ação do que nunca no Irã. Podemos chegar a qualquer parte do país, se for preciso. Nosso principal objetivo neste ataque foi reduzir as capacidades de armamento militares do Irã, mas o objetivo supremo que estabeleci para as Forças da Defesa de Israel [IDF] e para os serviços de segurança é impedir que o Irã obtenha armas nucleares. Não tiramos nem tiraremos os olhos desse objetivo. Por razões óbvias, não posso detalhar os nossos planos para atingir este objetivo primordial", acrescentou Netanyahu.
As declarações dos líderes surgem após as Forças de Defesa de Israel (FDI) terem realizado um ataque maciço às infraestruturas militares essenciais do Irã durante o fim de semana, em resposta ao ataque anterior do exército iraniano no início de outubro, que também visou instalações militares israelenses.
"Não estou a estabelecer uma data para o fim da guerra, mas estou a fixar metas claras para a vitória na guerra. Há um caminho, há uma direção. Há objetivos claros", apontou o premiê, se referindo às críticas feitas sobre a abordagem do seu governo aos conflitos.
"Decidimos nos concentrar inicialmente em atacar militarmente o Hamas em Gaza e não dividir as nossas forças entre dois esforços principais ao mesmo tempo. Depois de termos destruído a força organizada do Hamas e de 90 por cento dos habitantes terem regressado em segurança às suas casas no sul, concentramos os nossos esforços no norte", afirmou Netanyahu.
O líder israelense, além disso, garantiu que, sob a sua liderança, o país está mudando a realidade estratégica no Oriente Médio, apesar de ainda estar ‘no olho do furacão’, estando por isso "muito grato" pelo apoio prestado pelos Estados Unidos em questões militares e diplomáticas.
Já Washington avisou que Teerã não deve responder ao governo israelense, mas se o fizer, os EUA vão apoiar Israel. “O Irã não deve responder à retaliação de Israel. Não deve, mas se o fizerem, apoiaremos Israel na sua defesa, mas não o devem fazer”, indicou Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca.