CINEMA

Longa pernambucano 'Salomé' fará sua estreia mundial no FICVALDIVIA

Filme do diretor André Antônio, de 'A seita' e 'Vênus de Nyke', estreia em outubro no 31º Festival Internacional de Cine de Valdivia, que acontece no Chile

Publicado em: 07/10/2024 12:01 | Atualizado em: 07/10/2024 12:12

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Segundo longa do pernambucano André Antônio, Salomé fará sua estreia mundial na mostra competitiva do 31º Festival Internacional de Cine de Valdivia, que acontece no Chile entre 14 e 20 de outubro. Produção de Dora Amorim, Júlia Machado e Thaís Vidal, da Ponte Produtoras, e também do coletivo Surto & Deslumbramento, o filme te´ra seu lançamento nos cinemas pela Vitrine Filmes.

Na trama, Cecília (Aura do Nascimento), jovem modelo de sucesso, retorna ao Recife, sua cidade de origem, para passar o Natal com a mãe. Certa noite, um vizinho que ela não vê há muito tempo lhe mostra um misterioso frasco contendo uma substância verde tóxica. Ela começa a se apaixonar por ele, mas também descobre que ele está envolvido com uma estranha seita ao redor da figura de Salomé, a sanguinária princesa bíblica.

De acordo com o diretor, seus filmes são sempre sobre personagens em busca de prazer e tentando alcançar seus ideais particulares de paraíso, seja o retorno à casa/cidade da infância, como no caso do longa A seita, sejam os fetiches sexuais em Vênus de Nyke. "O projeto do meu segundo longa surgiu depois que A seita foi finalizado. Eu havia lido muita coisa escrita por Oscar Wilde como pesquisa para esse filme mas, depois de lançá-lo, percebi que não conhecia a célebre - e censurada, na época - peça teatral 'Salomé', de 1891”.

A figura de Salomé - a princesa bíblica responsável pela decapitação de Iokanaan (o nome hebraico para João Batista) - foi frequentemente elevada, ao longo da história da arte, da literatura, do teatro e do cinema, ao status de imagem emblemática de um erotismo queer transgressor. André Antônio, que também assina o roteiro de Salomé, conta que o maior desafio ao escrever foi transpor essa mítica personagem para um cenário bem específico: Recife, sua cidade. 

“Meu filme não é uma adaptação da peça de Wilde, apenas toma a peça como ponto de partida. O conflito entre alguém cosmopolita e descolada como Cecília e o universo suburbano e provinciano da sua família - conflito sem dúvida compartilhado por muitas existências queer - é algo que permeia o filme através de situações e sensações que vêm da minha própria história pessoal como alguém que veio de uma família pobre mas que acabou, pelos acasos e sortes da vida, realizando o sonho de fazer filmes”, comenta André.
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