LITERATURA
Médico e empresário Boris Berenstein lança biografia nesta quinta-feira
''O raio-X de Boris Berenstein - A realidade foi maior que o sonho'' narra trajetória do médico e empresário de sucesso e a história da sua família, que sobreviveu à Segunda Guerra e imigrou para o Recife
Por: Allan Lopes
Publicado em: 15/10/2024 06:00
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| Foto: Ruan Pablo/DP Foto |
Leon, ex-soldado romeno, e Pola, que sobreviveu a um campo de concentração nazista, se conheceram após o término da Segunda Guerra Mundial. Para escapar dos conflitos e reconstruir suas vidas, escolheram o Recife, onde os irmãos de Leon já viviam, como refúgio de paz. A história da família, marcada por desafios e superação, também orientou os primeiros passos profissionais de Boris Berenstein. Ele compartilha essa trajetória em O raio-X de Boris Berenstein - A realidade foi maior que o sonho, sua autobiografia publicada pela Eu Escrevo Editora e impressa pela Provisual. O lançamento será na quinta-feira (17), às 17h, na Livraria Jaqueira, no Bairro do Recife.
“Começar do zero é algo de que me orgulho. Construí tudo do zero, e isso foi fundamental para minha trajetória”, relata o médico e empresário ao Viver. De garoto que entregava marmitas a um dos maiores empresários da saúde em Pernambuco, Boris Berenstein ergueu seu império de laboratórios com seis unidades na Região Metropolitana do Recife, alimentado por sua paixão pela radiologia e pelo desejo de proporcionar um atendimento humanizado. Foi através de suas palestras que surgiram os pedidos para que sua história fosse registrada em um livro.
Boris confessa que inicialmente hesitou, por não ter o hábito de leitura, mas acatou a ideia após sugestão de Renato Bernhoeft. “Aquilo me emocionou profundamente. Eu disse a ele: 'Renato, o senhor foi o empurrão que eu precisava. Se antes eu estava em dúvida ou com dificuldades, a partir de agora, assumo o compromisso de escrever esse livro”. Para levar sua história ao papel, Boris decidiu buscar a ajuda de uma jornalista. Assim, conheceu Mona Lisa Dourado, co-autora da obra que o acompanhou por 18 meses em encontros semanais.
"Boris incorpora muitas personas e revela passagens da sua vida pessoal e profissional até então mantidas em reserva”, conta Mona Lisa. A fim de reviver as memórias do empresário, foram feitas entrevistas e visitas a locais que marcaram sua trajetória no Recife. Os bairros da Boa Vista, onde nasceu, cresceu e iniciou sua vida profissional, e Casa Amarela, onde sua família tinha uma movelaria e Boris trabalhou desde a adolescência, foram pontos fundamentais nesse processo. “Foi uma experiência de vida muito enriquecedora”, exalta Boris.
Dividida em sete seções e 18 capítulos, a narrativa do livro segue uma cronologia que começa na Segunda Guerra Mundial e se estende até os dias atuais. São 300 páginas que remontam desde os tempos dos pais de Boris, judeus oriundos da Bessarábia, hoje conhecida como Moldávia. “Dizem que, enquanto uns choram, outros vendem lenço. Eu acredito que herdei um pouco disso, não apenas os olhos verdes da minha mãe, mas também uma resiliência”. A capa e o projeto gráfico do título têm assinatura do cartunista e designer Samuca, com fotos de Heudes Regis.
Após 33 anos sob a direção do fundador e de sua família, o Centro de Diagnóstico Boris Berenstein foi vendido em 2021, Boris celebra a realização de seu legado, agora imortalizado em um livro que oferece ao público um raio-X completo de sua vida e carreira. Segundo ele, embora a despedida de seu negócio tenha sido marcada por dificuldades e lágrimas, a realidade revelou um futuro mais promissor do que o sonho.
“Sempre sonhei em ser médico, radiologista, e também em ser um bom jogador de futebol. Como radiologista e empreendedor, vi a clínica crescer. Ao vender a empresa, ela já contava com seis unidades, 340 colaboradores e 50 médicos integrando a equipe. Percebi que a realidade superou meus sonhos quando escrevi o livro”, diz Boris. Atualmente, ele dedica seu tempo à leitura, aos netos e à prática de esportes, como o tênis — atividades das quais ele não abre mão por nada. "O grande prazer que tenho hoje é poder ser o 'vovô Uber', já que, quando meus filhos eram pequenos, não pude levá-los à escola por estar sempre trabalhando”.
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