GUERRA

Milhares de palestinos sitiados no Norte de Gaza, onde os ataques já causaram mil mortes

A situação no norte de Gaza é catastrófica

Publicado em: 28/10/2024 11:23 | Atualizado em: 28/10/2024 11:56

Famílias deslocadas que fogem das operações do exército israelense em Jabalia, no norte de Gaza (Crédito: AFP)
Famílias deslocadas que fogem das operações do exército israelense em Jabalia, no norte de Gaza (Crédito: AFP)

Nesta segunda-feira (28), o escritório da Organização das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários alertou que toda a população do norte de Gaza corre o risco de morrer, uma vez que as forças israelenses continuam com intensas e consecutivas operações militares na região. A ONU afirmou, segundo os relatos, que aproximadamente cem mil pessoas continuam encurraladas em Jabalia, Beit Lahia e Beit Hanoun sob bombardeios indiscriminados e privados de alimentos, água e cuidados médicos. Também cerca de mil habitantes já morreram nesta zona sitiada, após 23 dias de uma ofensiva massiva terrestre e aérea israelense. 

“Centenas de palestinos foram mortos. Dezenas de milhares de pessoas foram forçadas a fugir mais uma vez. Os hospitais foram atingidos e os profissionais de saúde foram detidos. Os abrigos foram esvaziados e incendiados. Os socorristas foram impedidos de salvar pessoas que estavam sob os escombros. As famílias foram separadas e homens e meninos estão sendo levados em caminhões. Não se pode permitir o que o exercito de Israel esta fazendo no norte de Gaza. Esse desrespeito flagrante pela humanidade básica e pelas leis da guerra tem de acabar”, diz o comunicado Joyce Msuya, subsecretária-geral interina para Assuntos Humanitários e coordenadora de ajuda de emergência. 

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, acusou no último sábado (26), que a situação no norte de Gaza é catastrófica e afirmou que as intensas operações militares em torno e dentro dos hospitais, assim como a falta de recursos, privam os habitantes de cuidados médicos vitais.

O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse hoje que o norte de Gaza vive a pior crise humanitária desde a II Guerra Mundial e que é necessário fazer mais do que simplesmente expressar preocupação.

Já as autoridades locais do enclave pediram à comunidade internacional para enviar cirurgiões devido à prisão e deportação de praticamente todo o pessoal médico do Hospital Kamal Aduan, no norte do território, que foi cercado durante vários dias e teve uma incursão militar no seu interior desde a sexta-feira passada. 

No mais recente balanço o número total de mortos na Faixa de Gaza chegou a 43.020 e  ainda 101.110  ficaram feridos.

Além disso, diversos países, incluindo os Estados Unidos, manifestaram preocupação com o impacto do projeto de lei de Israel, que visa impedir a principal agência da ONU em Gaza e na Cisjordânia de trabalhar em seu território. Caso este projeto seja aprovado no parlamento israelense (Knesset), será proibido que qualquer autoridade de Israel preste serviços ou lide com funcionários da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) e proibirá a UNRWA de operar definitivamente no país. 
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