RÚSSIA

Moscou descarta ampliar o BRICS no momento

Kremlin apontou que, neste momento, não aceitará mais países-membros e apenas Estados associados

Publicado em: 22/10/2024 14:23

O presidente russo, Vladimir Putin, participa de cerimônia de boas-vindas aos participantes da cúpula do BRICS (Foto: Maxim Shemetov/POOL/AFP)
O presidente russo, Vladimir Putin, participa de cerimônia de boas-vindas aos participantes da cúpula do BRICS (Foto: Maxim Shemetov/POOL/AFP)
O Kremlin descartou hoje a possibilidade de uma expansão dos BRICS durante a cúpula do grupo, que acontece na cidade russa de Kazan, capital da República do Tartaristão entre os dias 22 a 24 de outubro. Moscou alegou pontos de vista distintos entre os membros do bloco. "A questão do alargamento não aparece na agenda do encontro. Existem diferentes pontos de vista", adiantou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
 
Devido o grande interesse de diversos países em participar nas atividades do grupo, cerca de 30, o Kremlin apontou que, neste momento, não aceitará mais países-membros e apenas Estados associados.
 
O grupo, formado pela Rússia, Brasil, China, Índia e África do Sul, incluiu em janeiro  passado o Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos e a Etiópia. O BRICS abarca países que representam cerca de um terço da economia mundial e mais de 40% da população global.
 
Havia anteriormente previsão da Arábia Saudita e a Argentina entrarem ainda este ano, mas o primeiro não confirmou a sua decisão e o governo de Buenos Aires, sob a liderança de Xavier Milei, retirou a sua candidatura na última hora.
 
Já a Turquia, o Azerbaijão e Cuba demonstraram também oficialmente interesse em aderir, além da Nicarágua, Venezuela, Tailândia e a Malásia terem expressado intuito de entrar para o bloco. 
 
Segundo o Itamaraty, o grupo além disso discutirá os avanços nas negociações para adotar ou criar uma moeda alternativa ao dólar nas transações comerciais entre os integrantes do bloco. O Brasil é representado no evento pelo embaixador Mauro Vieira, uma vez que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sofreu um incidente e cancelou a viagem. Lula disse na semana passada que iria defender o equilíbrio de todas as regiões do mundo numa futura expansão dos BRICS.

De acordo com a mídia, dentre os critérios para aderir aos BRICS estão às relações amistosas com os atuais membros, não apoiar sanções econômicas aplicadas sem autorização da Organização das Nações Unidas e defender a reforma do Conselho de Segurança da ONU.
 
Para os analistas internacionais, nesta cúpula o presidente da Rússia, Vladimir Putin, busca sinalizar que o seu país não está tão isolado como o Ocidente afirma, ao mesmo tempo em que almeja expandir a formação de uma nova frente global que pretende desafiar a hegemonia dos Estados Unidos.
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