ESTADOS UNIDOS

OSCE diz que enviará observadores às eleições presidenciais dos EUA

Organização para a Segurança e Cooperação na Europa vai enviar uma delegação de 250 observadores de 40 países para as eleições norte-americanas

Publicado em: 22/10/2024 15:30

 (Foto: Unsplash)
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A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anunciou hoje que vai enviar uma delegação de 250 observadores de 40 países para as eleições presidenciais dos Estados Unidos. 
 
A equipe de observadores é liderada pela deputada finlandesa Pia Kauma, que irá trabalhar em colaboração com autoridades do Departamento de Estado norte-americano e com representantes eleitorais estaduais e locais, para buscar assegurar todas as condições de lisura e transparência. "Quatro anos após as eleições contestadas de 2020, e após uma época eleitoral tumultuosa em 2024, que já assistiu a uma série de desenvolvimentos sem precedentes, incluindo a saída do candidato democrata e múltiplas tentativas de assassinato ao candidato republicano, reconhecemos plenamente que estamos entrando num ambiente controverso", declarou Kauma.
 
A coordenadora dos observadores apontou que recentes sondagens revelaram também que três em cada 10 cidadãos norte-americanos continuam a acreditar que as eleições de 2020 sofreram fraude. No entanto, destacou que a OSCE, que já realizou o monitoramento eleitoral há quatro anos, não encontrou qualquer prova ou indício de  adulteração ou desvirtuamento dos resultados.
 
"Embora a nossa missão de observação há quatro anos não tenha encontrado provas disso, identificamos, naturalmente, várias áreas que necessitam de melhorias ao longo dos anos", argumenta Pia Kauma, que ressalta a relevância contínua da monitorização do processo eleitoral.

"Na sequência de eleições anteriores, a OSCE salienta uma série de questões importantes, incluindo o financiamento de campanhas e a revisão de círculos eleitorais, assim como os obstáculos ao acesso ao voto enfrentados pelos independentes e pelos partidos menores", disse.
 
Kauma refere ainda que as restrições ao direito de voto de criminosos e de ex-criminosos podem contrariar os princípios de sufrágio universal, com os quais os EUA se comprometem, para além da dificuldade em controlar um modelo de organização muito pulverizado. "Uma das características das eleições nos EUA que as tornam diferentes da maioria dos nossos países é a natureza altamente descentralizada da administração eleitoral, que depende fortemente das autoridades estatal e local", esclareceu.
 
A coordenadora indicou que a OSCE se empenha em introduzir melhorias e assimilar sugestões, como ocorre nos estados da Pensilvânia e Wisconsin, onde foram implementadas medidas para otimizar a segurança e acessibilidade de voto ou nos estados de Michigan, Virgínia e Carolina do Norte, onde foi ampliado o processo de voto por correspondência e o voto antecipado.
 
"Quer observemos na Europa, na Ásia Central ou na América do Norte, o objetivo das nossas missões de observação eleitoral é o mesmo: avaliar até que ponto o ambiente eleitoral é propício ao exercício dos direitos democráticos e se o processo eleitoral é caracterizado pela igualdade, universalidade, pluralismo político, confiança, transparência e prestação de contas", afirma Kauma.
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