Eleições 2024

Ricardo Nunes derrota Guilherme Boulos e é reeleito em São Paulo

Apoiado por Bolsonaro, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) venceu a disputa contra Guilherme Boulos (Psol), aliado de Lula

Publicado em: 27/10/2024 18:48 | Atualizado em: 27/10/2024 19:05

Nunes recebeu apoio do governador Tarcísio de Freitas para reeleição (Reprodução)
Nunes recebeu apoio do governador Tarcísio de Freitas para reeleição (Reprodução)

 
Em uma disputa marcada por polêmicas e trocas de acusações, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) conseguiu se reeleger na cidade de São Paulo, o maior colégio eleitoral do País. Ele derrotou o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), no segundo turno, realizado neste domingo (27).

Nunes foi declarado eleito com 89,78% das urnas apuradas. Ele recebeu mais de 3 milhões de votos e tinha 59,5%. Já Boulos, escolhido por 2 milhões de eleitores, estava com 40,44%. 

Com apoio formal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Nunes já liderava as pesquisas com folga e foi favorecido pela alta rejeição de Boulos, aliado do presidente Lula (PT), que é visto como “radical de esquerda” por boa parte dos paulistanos.

Vice na chapa eleita em 2020, Nunes é ex-vereador da cidade e está à frente da administração de São Paulo desde a morte do prefeito Bruno Covas (PSDB), em maio de 2021, vítima de câncer. Há quatro anos, Boulos também perdeu no segundo turno.

Para a próxima gestão, ele terá como vice o coronel da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota, nome ligado ao bolsonarismo.

Fracasso da esquerda

O novo fracasso de Boulos também representa uma derrota dura para o PT que, pela primeira vez, decidiu não lançar candidatura própria na capital paulista para apoiar o psolista na disputa.

Animado com o desempenho do candidato nas eleições de 2020 e em pesquisas realizadas no início deste ano, o PT optou por indicar o vice na chapa de Boulos. O nome escolhido foi o da ex-prefeita e senadora Marta Suplicy, que estava no governo Nunes e decidiu voltar ao partido – em um dos momentos mais emblemáticos da pré-campanha.

O psolista, no entanto, não teve vida fácil e quase ficou de fora do segundo turno. A diferença entre ele e Pablo Marçal (PRTB), o terceiro colocado, foi de menos de 1%.

Para a disputa direta contra Nunes, Boulos também tinha apoio dos ex-adversários Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB), quarta e quinto colocados, respectivamente. Na reta final, o candidato ainda tentou explorar a crise dos apagões na cidade e até topou ser sabatinado por Marçal, pivô das principais polêmicas das eleições em São Paulo.

Os episódios envolvendo Marçal incluem a cadeirada, que foi desferida por Datena durante um debate ao vivo, e a divulgação de um laudo falso contra Boulos às vésperas do primeiro turno. A participação do psolista na live do empresário e ex-coach foi tachada de “desespero” por Nunes. 

No último debate, Boulos ainda tentou ligar Nunes ao Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que nasceu em São Paulo, ao questionar sobre um ex-cunhado de Marcola, o chefão da facção, que tem cargo na prefeitura. Nunes diz se tratar de funcionário de carreira.

Ao votar neste domingo, o governador Tarcísio afirmou, sem apresentar provas, que PCC teria orientado voto em Boulos. O psolista respondeu que iria processar o governador.
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