GUERRA

Rússia nega envio de tropas norte-coreanas para reforço na guerra da Ucrânia

O secretário-geral OTAN declarou que o envio de soldados norte-coreanos para lutar ao lado das forças russas na Ucrânia marcaria uma escalada significativa no conflito

Publicado em: 21/10/2024 13:32 | Atualizado em: 21/10/2024 13:35

 (Foto: Reprodução/Pixabay
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Foto: Reprodução/Pixabay

 

Nesta segunda-feira (21), a Rússia negou que haja tropas norte-coreanas para ajudar no combate da guerra na Ucrânia. No entanto, afirmou que tem a intenção de manter a cooperação com o governo de Pyongyang.

 

Já o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, declarou hoje que o envio de soldados norte-coreanos para lutar ao lado das forças russas na Ucrânia marcaria uma escalada significativa no conflito. "Conversei com o presidente sul-coreano sobre a estreita parceria entre a OTAN e Seul, a cooperação da indústria da defesa e a segurança interligada das regiões Euro-atlântica e Indo-Pacífico", afirmou Rutte.

 

A Coreia do Sul também convocou o embaixador russo em Seul, Georgy Zinoviev, para manifestar seu protesto pela alegada participação de milhares de soldados para apoiar a Rússia na guerra com a Ucrânia. O ministro sul-coreano das Relações Exteriores, Kim Hong-Kyun, expressou a Zinoviev, que a decisão violava as resoluções da Organização das Nações Unidas e exigiu a retirada imediata das tropas.

 

“Condenamos a cooperação militar ilegal da Coreia do Norte. Esta cooperação representa uma ameaça à segurança da Coreia do Sul e de outros países. Responderemos em conjunto com a comunidade internacional, mobilizando todos os meios disponíveis contra atos que ameacem os nossos principais interesses de segurança”, anunciou Kim.

 

“A cooperação entre a Rússia e a Coreia do Norte é realizada no âmbito do Direito internacional e não é dirigida contra os interesses de segurança da Coreia do Sul”, respondeu Zinoviev.

 

“Vamos continuar a desenvolver esta cooperação. Esta aliança não deve preocupar ninguém, uma vez que não é direcionada contra países terceiros”, assegurou também hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. 

 

A convocação de Zinoviev reflete a preocupação da Coreia do Sul, da Ucrânia e dos Estados Unidos sobre o suposto destacamento de um contingente de norte-coreanos como parte de um acordo militar firmado este ano pelo presidente russo, Vladimir Putin, e pelo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un.

  

Na semana passada, o Serviço Nacional de Informações da Coreia do Sul (NIS) garantiu que Pyongyang pretende enviar cerca de 12 mil soldados para a Ucrânia e que 1.500 já foram transferidos para bases militares russas nas regiões de Primorye, Khabarovsk e Amur, no Extremo Oriente. A mesma fonte publicou imagens de satélite que mostram o movimento de navios de transporte da Marinha Russa entre a costa nordeste da Coreia do Norte e a cidade portuária russa de Vladivostok, assim como concentrações de militares norte-coreanos nestas zonas.

 

“A Coreia do Norte transportou forças especiais para a Rússia num navio de transporte da marinha russa, confirmando o início da participação militar da Coreia do Norte”, adiantou o NIS.

 

Por sua vez, Washington ainda não confirmou estas informações, mas um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional disse que, se for verdade, isto "marcaria um desenvolvimento perigoso na guerra da Rússia contra a Ucrânia".

 

As autoridades de Kiev também acusaram o Kremlin de planejar fornecer aproximadamente 10 mil soldados norte-coreanos para a região de Kursk a partir de 1 de novembro para conter os avanços das forças ucranianas. Moscou considerou as acusações uma farsa e Pyongyang ignorou a denuncia. Os dois países, além disso, negaram também que Pyongyang tenha encaminhado munição e mísseis à Rússia.

 

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