COLUNA

Setor de Serviços desacelera economia em agosto

A queda interrompeu dois meses seguidos de crescimento
Por: Ecio Costa

Publicado em: 14/10/2024 14:40

 

O setor de Serviços, que representa mais de 70% do PIB brasileiro, frustrou expectativas e recuou 0,4% em agosto.A queda interrompeu dois meses seguidos de crescimento. Ainda assim, o setor está 15% acima do nível de fevereiro de 2020, período pré-pandemia, mas 0,4% abaixo do pico de julho desse ano, quando atingiu o ponto mais alto da série histórica.

 

Apesar da retração mensal, na comparação com agosto de 2023, o volume de serviços expandiu 1,7%, marcando o quinto resultado positivo consecutivo. No acumulado de janeiro a agosto de 2024, o setor cresceu 2,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. No indicador de 12 meses, o crescimento foi de 1,9%, repetindo a taxa dos meses de junho e julho.

 

Dos cinco grupos de atividades que o IBGE monitora, dois tiveram desempenho negativo em agosto: informação e comunicação (-1,0%); e, transportes (-0,4%). No campo positivo, enquanto outros serviços (1,4%); e, serviços prestados às famílias (0,8%) e registraram crescimento. Serviços profissionais e administrativos não tiveram crescimento (0,0%).

 

Regionalmente, 20 das 27 unidades federativas (UFs) registraram queda na receita de serviços entre julho e agosto, sendo os destaques negativos o Distrito Federal (-9,4%), Sergipe (-4,5%) e Rio Grande do Norte (-4,4%). No entanto, Mato Grosso (2,1%), Amazonas (2,0%) e Ceará (1,3%) se destacaram com influências positivas. Pernambuco teve queda de 0,9% em relação a julho, mas cresceu 3,3% em relação a agosto de 2023. Nesse tipo de comparação, Sergipe teve um crescimento de 10,0%, maior do país.

 

A retração de 0,4% no volume de serviços em agosto de 2024 indica que, apesar da recuperação consistente nos últimos meses, o setor enfrenta desafios para manter um ritmo de crescimento. A desaceleração em áreas como telecomunicações e transporte aéreo, aliada a fatores sazonais e econômicos, sugere que o setor pode estar em uma fase de ajuste, após um período de forte expansão impulsionada pela demanda reprimida e pela digitalização pós-pandemia.

 

O desempenho do setor de serviços ao longo do terceiro trimestre de 2024 será crucial para determinar o comportamento do PIB no período, já que o setor detém a maior participação na economia nacional (70%) e em Pernambuco (75%). Seu crescimento depende não apenas da demanda interna, mas também da capacidade dos demais setores da economia, a indústria e a agropecuária, demandarem seus serviços.

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