COLUNA

Therians: pessoas que se identificam e se comportam como animais

A identidade, profundamente enraizada em tradições espirituais e xamânicas antigas, ganhou visibilidade nos últimos anos

Publicado em: 22/10/2024 10:43

 (Foto: Ari Luostarinen)
Foto: Ari Luostarinen
Temos visto nas redes sociais, inúmeras pessoas que se vestem e se comportam como animais, muitas vezes como cachorros, lobos, águias, ovelhas ou, até mesmo, cobras. São os therians, indivíduos que se identificam parcial ou totalmente como animais, seja de espécies vivas ou extintas. 

Essa identidade, profundamente enraizada em tradições espirituais e xamânicas antigas, ganhou visibilidade nos últimos anos. Embora o fenômeno seja relativamente recente nos estudos acadêmicos, comunidades therians crescem cada vez mais, convidando à reflexão sobre identidade e pertencimento.

De acordo com um estudo de 2020 realizado pela International Anthropomorphic Research Project, 5% dos 2.500 entrevistados se identificaram como therians. Lobos, grandes felinos e pássaros são as espécies mais comumente relatadas. A maioria dos therians afirmou que a identificação começou na infância ou adolescência, frequentemente motivada por uma forte conexão com a natureza.

A saúde mental dessa população também tem sido tema de pesquisa. Um estudo de 2022 publicado na Journal of Social Psychology revelou que 55% dos therians relataram dificuldades psicológicas, como ansiedade ou depressão, associadas à rejeição social. No entanto, 85% dos que participavam de comunidades online, disseram se sentir mais aceitos e mentalmente equilibrados, graças ao apoio desses espaços.

O impacto das redes sociais na vida dos therians é inegável. Conhecidas plataformas abrigam vastas comunidades,  onde eles podem se expressar e se conectar com outros que compartilham da mesma identidade.

MINISTRO DETERMINA MENOR PRAZO PARA APOSENTADORIA DE POLICIAIS MULHERES
 
 (Foto: Freepik)
Foto: Freepik
 

O ministro da Justiça, Flávio Dino, suspendeu uma regra fundamental da emenda constitucional de 2019, que havia equiparado a idade mínima de aposentadoria para policiais civis e federais de ambos os sexos. A alteração retira o trecho “para ambos os sexos” do artigo que trata da aposentadoria dessas categorias, permitindo que as mulheres policiais possam se aposentar três anos antes dos homens, ou seja, aos 52 anos. A decisão vale até que o Congresso edite uma nova norma sobre o assunto.

A justificativa do ministro se baseia na necessidade de considerar as particularidades enfrentadas pelas mulheres no exercício da função policial, incluindo o acúmulo de responsabilidades familiares, como cuidados com a casa e os filhos, além das exigências físicas e emocionais da profissão. Ele argumenta que, diferentemente dos homens, as mulheres estão submetidas a um desgaste acentuado ao longo da carreira, o que torna a antecipação da aposentadoria uma medida de justiça e proteção social.

A emenda de 2019 havia estabelecido uma idade mínima de 55 anos para homens e mulheres, desconsiderando as diferenças de realidade vividas por cada grupo. Agora, com a suspensão temporária dessa regra, as policiais femininas terão a possibilidade de se aposentar aos 52 anos, enquanto uma nova legislação específica não é elaborada pelo Congresso.

A decisão de Dino provocou discussões. De um lado, apoiadores afirmam que a medida representa um passo importante em direção à equidade de gênero no setor de segurança pública. Por outro lado, críticos alegam que a suspensão da regra pode diminuir a presença feminina em um setor tradicionalmente dominado por homens.

Com essa decisão, o debate sobre a aposentadoria de policiais femininas ganha novo fôlego, abrindo espaço para a formulação de políticas que reconheçam as particularidades de gênero no ambiente de trabalho.

CRESCIMENTO DE VAGAS PARA MULHERES EM 2024 REDUZIU DESIGUALDADE 
 
 

Um recente estudo publicado no Observatório da Produtividade Regis Bonelli, realizado pelas pesquisadoras Janaína Feijó e Helena Zahar, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), revelou que o crescimento das vagas de emprego destinadas às mulheres tem desempenhado um papel fundamental na redução da desigualdade de gênero no mercado de trabalho em 2024. 

O relatório, intitulado “Quais os grupos mais beneficiados com o bom desempenho do mercado de trabalho em 2024?”, aponta que, embora o mercado tenha se recuperado de crises econômicas recentes, as mulheres, em especial, foram as mais beneficiadas por essa retomada.

O estudo analisou dados de diversos setores da economia e identificou que o número de mulheres empregadas em áreas como tecnologia, educação e saúde cresceu significativamente nos últimos dois anos. Segundo as pesquisadoras, a proporção de mulheres que conseguiram posições em áreas tradicionalmente ocupadas por homens, como tecnologia da informação, subiu 28% em 2024, impulsionada por programas de inclusão e políticas públicas voltadas para a formação e capacitação feminina. Esse movimento, segundo elas, também contribuiu para uma redução de 12% na desigualdade salarial entre homens e mulheres nessas áreas.

Outro ponto destacado pelo estudo é o impacto positivo da maior presença de mulheres em cargos de liderança. Empresas que adotaram políticas de inclusão e diversidade de gênero apresentaram um aumento de 16% na produtividade. Essa mudança está associada à diversificação das perspectivas em posições de decisão, que resultam em maior inovação e soluções mais eficazes.

O estudo conclui que, embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido em termos de equidade no mercado de trabalho, o crescimento das oportunidades para mulheres em setores estratégicos tem contribuído diretamente para a diminuição das desigualdades estruturais no Brasil. Esse avanço é visto como um reflexo das mudanças socioeconômicas e dos esforços contínuos de inclusão no país, com perspectivas de expansão nos próximos anos.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL