RETORNO

Cinema São Luiz volta às atividades para receber o 15º Janela Internacional de Cinema do Recife

Programação inclui 100 filmes, entre curtas e longas, com destaque para 'Manas', na abertura, e o disputados 'Ainda estou aqui', entre os nacionais

Publicado em: 01/11/2024 06:00

 (Arte de divulgação do XV Janela.)
Arte de divulgação do XV Janela.
O público recifense terá a partir de hoje um aguardado reencontro com um dos equipamentos culturais mais celebrados da cidade. Fechado em 2022 para reparações na parte elétrica e interditado a partir de 2023 para outros consertos, depois de ter sido afetado pelas chuvas, o Cinema São Luiz está de volta ao funcionamento e não poderia haver momento melhor para sua reintegração à programação da capital pernambucana do que abrir a 15ª edição do Janela Internacional de Cinema do Recife, que abre o mês de novembro e segue sua programação também no Cinema do Museu até o dia 8.
 
Há uma semana, em 25 de outubro, com o local já pronto para receber o evento, foi realizada uma sessão especial para convidados do tão simbólico Retratos fantasmas, na presença de pessoas que fizeram parte do processo de restauro do patrimônio público, da governadora Raquel Lyra, da sua vice Priscila Krause e do diretor do filme, Kleber Mendonça Filho – que fundou o Janela de Cinema ao lado de Emilie Lesclaux, em 2008.
 
Para abrir esta edição na noite de hoje, às 20 horas, o longa-metragem selecionado foi Manas, dirigido por Mariana Brennand e premiado no Festival de Veneza, no Festival do Rio e também na Mostra de São Paulo, nessa semana, e a ocasião contará com a presença da diretora e parte do elenco. Outros longas nacionais de grande repercussão estão na programação, como Apocalipse nos trópicos, de Petra Costa, Centro ilusão, de Pedro Diógenes, Baby, de Marcelo Caetano, e Kasa Branca, de Luciano Vidigal. A mais disputada de todas as sessões, no entanto, é do drama Ainda estou aqui, de Walter Salles, submetido pelo Brasil à corrida do Oscar e ovacionado em festivais nacionais e internacionais. 
 (Foto: Eduardo Cunha/Secult-PE)
Foto: Eduardo Cunha/Secult-PE
Um dos curadores e diretor de programação do festival Pedro Azevedo Moreira, professor e pesquisador de cinema e artes visuais, destacou em entrevista ao Viver o objetivo da equipe do Janela em fazer desta edição um retorno em todos os níveis para o evento em sua importância na cena cinematográfica do estado. “O trabalho de montar a programação foi pautado pelo desejo de retomar uma experiência que já havia sido estabelecida pelo festival nas suas edições dos anos 2010, entendendo que a pandemia marcou uma quebra não do ponto de vista da dimensão do festival e na prática de orçamento e financiamento para que a gente pudesse realizá-lo na maneira como ele ficou conhecido na cidade do Recife”, contou. 
 
O total da programação é de 100 filmes, entre curtas e longas, distribuídos em Clássicos do Janela (com destaque para Amadeus e Carrie: A estranha), Lançamentos Nacionais e Internacionais, o retorno da Competição de Curtas Nacionais e a homenagem à cineasta pernambucana pioneira Kátia Mesel, com vários de seus trabalhos restaurados para exibição no cinema. “Temos nove longas pernambucanos distribuídos entre as sessões que reúnem filmes contemporâneos de outros países. É um privilégio poder mediar esse momento em que o São Luiz é recebido de novo pela cidade trazendo um conjunto não tão panorâmico mas bastante rico”, completou Pedro. 
 
MOSTRA PROJETANDO RE-EXISTÊNCIAS
Na abertura do equipamento começa também a exposição ‘Cinema São Luiz: Projetando Re-existências’, um projeto de celebração que relembra a história de um dos mais antigos cinemas de rua do país e que foi feita a partir de uma pesquisa da museóloga Chaylanne Marques e da produtora cultural Keyse Menezes. Com entrada gratuita e incentivo do Funcultura, da Fundarpe e da Secretaria de Cultura de Pernambuco, a mostra ficará disponível durante toda a programação do Janela, valorizando tanto a importância contemporânea desse patrimônio público quanto as reformas e transformações ocorridas ao longo dos 72 anos de sua existência.

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