Tecnologia
Construção industrializada: estratégia pretende agilizar e transformar o setor
Método de construção baseado na produção em massa de componentes pré-fabricados para a montagem no local de obra é uma aposta do setor
Por: Thatiany Lucena
Publicado em: 16/11/2024 06:05 | Atualizado em: 14/11/2024 19:29
| Foto: CMC Modular |
Sendo uma aposta considerada cada vez mais relevante, a construção civil industrializada é uma estratégia que parte da ideia de agilizar processos de produção em massa, por meio do uso de componentes pré-fabricados para a montagem de estruturas no local de obra.
O tema foi apresentado, na última quarta-feira (13), a representantes do setor durante a 1º edição do Fórum Estadual da Construção Industrializada, o Ademitec, promovido pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE),
O tema foi apresentado, na última quarta-feira (13), a representantes do setor durante a 1º edição do Fórum Estadual da Construção Industrializada, o Ademitec, promovido pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE),
O engenheiro e professor na Pontifícia Universidade Católica do Chile, Beda Barkokebas Filho, explica que a construção industrializada parte da premissa de que é possível melhorar ou reduzir a maior quantidade de atividades no canteiro de obra. “Por exemplo, dentro da própria obra, otimizando os processos, trabalhando com kits. Ao invés de fazer toda encanação no décimo quinto andar, é possível ter uma oficina no térreo onde você tem todos os kits e chega no apartamento pronto só para instalar ", explica.
Ainda de acordo com ele, existem casos que é possível também construir, na própria fábrica, paredes ou até mesmo a própria casa. “Isso é feito em um ambiente fabril controlado, com máquinas e robôs. Há casos até mesmo em que os robôs já estão fazendo casas”, destaca.
Inteligência artificial
A inteligência artificial no setor também tem sido utilizada para acelerar os processos e otimizar o trabalho que duraria mais tempo sendo feito manualmente. A tecnologia pode ajudar a automatizar tarefas repetitivas como a contagem de tijolos. Além disso, reduzindo o desperdício de material, por meio de um plano para a otimização de corte de materiais de construção como ferro, cerâmica, entre outros.
Beda cita ainda outro algoritmo capaz de desenhar os projetos de arquitetura. “Por exemplo, eu tenho um módulo para uma oficina, mas o cliente quer 50 oficinas. Então, a inteligência artificial pega esse meu módulo que já vem pronto e modifica ele o menos possível para adequar para adequar ao requerimento do cliente, mudando o projeto original o menos possível”, afirma. Ainda segundo o professor, isso reduz o tempo de projeto e de fabricação em cerca de 20% a 50%, de acordo com a solução projeto.
Menos jovens trabalhando na construção civil
Além de mencionar os benefícios dos avanços da tecnologia para o setor, o engenheiro cita também dados sobre a queda do interesse dos jovens pelo trabalho nesse setor no país.
“A BBC Brasil lançou ano passado uma matéria sobre o envelhecimento da construção civil. Eles pegaram um estudo de São Paulo e lá no sindicato da construção e mostraram que todas as profissões da engenharia civil estão envelhecendo em média 3 anos. Isso quer dizer que o setor já não está sendo mais interessante para o jovem de hoje”, analisa.
Diante desse cenário, o professor aponta que esse tipo de inovação na construção vai reduzir o impacto laboral causado pela queda na mão de obra e deixar a indústria mais atrativa para a nova geração de profissionais.
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