ELEIÇÕES

Eleições nos EUA: Kamala e Trump seguem empatados na reta final da campanha

A última pesquisa do New York Times/Siena mostra que os candidatos seguem tecnicamente empatados, dentro da margem de erro
Por: AFP

Publicado em: 03/11/2024 17:48

 (Foto: David Becker, KAMIL KRZACZYNSKI / AFP

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Foto: David Becker, KAMIL KRZACZYNSKI / AFP

 

Kamala Harris pediu, neste domingo (3), uma virada de página com um "plano divino" para "curar a divisão", enquanto Donald prometeu um país mais "rico" e "forte" a dois dias das acirradas eleições presidenciais nos Estados Unidos.

 

A vice-presidente democrata afirmou ter votado pelo correio. A cédula está "a caminho da Califórnia", disse ela a jornalistas em Michigan.

 

"Vamos virar a página e escrever o próximo capítulo da nossa História, um capítulo baseado em um plano divino suficientemente grande para abarcar todos os nossos sonhos", "suficientemente forte para curar a divisão" e "suficientemente audacioso para abraçar a possibilidade do plano de Deus", disse ela em uma igreja cristã neste estado-pêndulo.

 

Ela lembrou uma passagem das Escrituras do profeta Jeremias, que diz: "Porque eu conheço os planos que tenho para ti", planos "de bem-estar e não de calamidade, para te dar um futuro cheio de esperança".

 

Neste domingo, Kamala aposta tudo em Michigan, um símbolo do "cinturão da ferrugem", região do Meio Oeste americano marcada pela decadência industrial.

 

A democrata está empatada com seu adversário, o republicano Donald Trump.

 

A última pesquisa do New York Times/Siena mostra algumas mudanças nos estados em disputa, mas os candidatos seguem tecnicamente empatados, dentro da margem de erro.

 

No sábado, uma pesquisa respeitada colocou a vice-presidente democrata três pontos à frente do ex-presidente republicano em Iowa, onde o conservador venceu em 2016 e 2020.

 

"Foi feita por um dos meus inimigos", acusou Trump neste domingo em um comício na Pensilvânia. "As pesquisas são tão corruptas", acrescentou.

 

A Pensilvânia é um dos mais cobiçados dos sete estados-pêndulo, aqueles que não são redutos nem do Partido Republicano, nem do Democrata.

 

As chaves para a Casa Branca são conquistadas por uma diferença de apenas dezenas de milhares de votos nesses estados.

 

Na Pensilvânia, onde vivem centenas de milhares de porto-riquenhos, Trump pode pagar caro pelo comentário de um humorista que, em um de seus comícios, afirmou que Porto Rico é como uma "ilha flutuante de lixo".

 

- Opções opostas -

"Estou competindo contra uma pessoa totalmente corrupta; na verdade, não estou competindo contra ela, mas contra uma máquina corrupta chamada Partido Democrata, um partido totalmente corrupto", afirmou Trump neste domingo.

 

Ele pediu que seus apoiadores "sonhem grande". Se vencer, afirmou, "os Estados Unidos serão maiores, melhores, mais audaciosos, mais ricos, mais seguros e mais fortes do que nunca".

 

"Vou acabar com a inflação, impedir a invasão de um grande número de criminosos que entram no nosso país", prometeu, referindo-se aos migrantes em situação irregular, segundo ele, sua prioridade número um.

 

O candidato republicano também voltará à Carolina do Norte (que ele já visitou duas vezes no sábado) e viajará à Geórgia.

 

Mais de 76 milhões de pessoas já votaram antecipadamente nestas eleições fora do comum, marcada pela desistência do presidente Joe Biden de disputar a reeleição em julho, cedendo às pressões de seu partido, e das duas tentativas de assassinato contra Trump.

 

A expectativa é altíssima, com duas opções em polos ideológicos opostos.

 

Kamala chama Trump de "fascista". Ele, por sua vez, a tacha de "marxista" e "comunista".

 

- Medo -

Para além da retórica eleitoral, Kamala fez uma campanha focada no centro, enquanto Trump é o orgulhoso líder do movimento "Make America Great Again" (MAGA, sigla em inglês para Tornar os Estados Unidos Grandes Outra Vez).

 

O republicano é o primeiro ex-presidente condenado criminalmente e com quatro acusações pendentes.

 

Uma mácula que não lhe trouxe prejuízos aparentes. Seus comícios são multitudinários, e seus simpatizantes parecem perdoar tudo.

 

Na reta final da campanha, cresce o medo de uma possível explosão de violência se Trump perder as eleições e se negar a admitir a derrota, como fez em 2020.

 

A cada comício, o republicano prepara o terreno, dizendo que há fraude e que os democratas fazem "trapaça".

 

É possível que seja preciso esperar vários dias para conhecer o nome do vencedor. 

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