ESTADOS UNIDOS

Governo de Maduro parabeniza Trump e diz estar disposto a "estabelecer boas relações" com os EUA

Caracas rompeu relações com Washington em 2019, quando a Casa Branca reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como "presidente interino"
Por: AFP

Publicado em: 06/11/2024 15:58 | Atualizado em: 06/11/2024 16:09

Vitória de Trump coincide com denúncias de fraude na reeleição de Maduro (fotos: STF/AFP/Getty Images and Nicholas KammI/AFP/Getty Images.)
Vitória de Trump coincide com denúncias de fraude na reeleição de Maduro (fotos: STF/AFP/Getty Images and Nicholas KammI/AFP/Getty Images.)

O governo da Venezuela, que rompeu relações diplomáticas com os Estados Unidos durante o primeiro mandato de Donald Trump, declarou, nesta quarta-feira (6), estar disposto a "estabelecer boas relações" com Washington na volta do bilionário à Casa Branca, em um comunicado divulgado pelo chanceler, Yván Gil.

 

"A Venezuela sempre está disposta a estabelecer boas relações com os governos americanos, enquadradas no espírito de diálogo, respeito e sensatez", informou Gil, que cumprimentou Trump por sua vitória nas eleições presidenciais americanas.

 

O governo de Nicolás Maduro, de orientação esquerdista, "parabeniza o povo dos Estados Unidos da América pelas eleições presidenciais" e "o Presidente Eleito, Donald J. Trump, por sua vitória neste processo", acrescentou. 

 

Caracas rompeu relações com Washington em 2019, quando a Casa Branca reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como "presidente interino", após a oposição boicotar as eleições presidenciais venezuelanas um ano antes, alegando que não havia condições para um pleito transparente.

 

Durante seu primeiro governo (2017-2021), Trump liderou uma ofensiva internacional para tentar afastar Maduro do poder e impôs sanções que incluíam um embargo ao petróleo venezuelano.

 

As medidas foram flexibilizadas na administração de Joe Biden, que concedeu licenças para que multinacionais de energia operassem no país caribenho.

 

Trump chegou a afirmar que "todas as opções", incluindo a militar, estavam sobre a mesa no caso da Venezuela.

 

 

 

Agora, a vitória de Trump coincide com denúncias de fraude na reeleição de Maduro para um terceiro mandato de seis anos (2025-2031). A oposição reclama que o candidato Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha após ser alvo de um mandado de prisão, teria vencido.

 

O comunicado do governo da Venezuela nesta quarta-feira não menciona diretamente as sanções impostas por Trump, mas faz um apelo ao "reconhecimento da soberania e autodeterminação dos povos".

 

"O povo da Venezuela compartilha laços históricos com o povo dos Estados Unidos, com o qual aspiramos seguir um caminho de paz e justiça social, onde não haja espaço para a guerra, a exclusão, a discriminação, e onde a cooperação e o respeito mútuo entre as nações sejam a bandeira das relações internacionais", afirma o documento.

 

A administração de Biden não reconheceu a reeleição de Maduro.

 

Na segunda-feira, o presidente venezuelano havia dito que o vencedor das eleições nos Estados Unidos, fosse quem fosse, teria que "falar, dialogar e se entender" com seu governo.

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