MÚSICA

Pernambucana Ananda Paixão resgata raízes em seu álbum de estreia ''Cajuína''

Trajetória pessoal da cantora recifense ganha vida e doçura no primeiro álbum da carreira, composto por nove faixas e parcerias de peso

Publicado em: 08/11/2024 06:00

Ananda Paixão lembrou da infância maranhense na escolha da identidade visual e artística de ''Cajuína'' (Foto: Divulgação)
Ananda Paixão lembrou da infância maranhense na escolha da identidade visual e artística de ''Cajuína'' (Foto: Divulgação)

A cajuína, refrescante e suave, é mais do que uma bebida: é um símbolo da cultura nordestina. A pernambucana Ananda Paixão captura essa dualidade em seu primeiro álbum da carreira, Cajuína, onde busca provocar uma experiência musical leve, pop e adocicada, enquanto explora a profundidade da tradição e da identidade regional. Todas as nove músicas estão disponíveis desde ontem nas plataformas digitais. Para acompanhar o lançamento, um visualizer que destaca a estética sensual da faixa principal Xameguin, feita em parceria com o cantor e compositor Mateus Carrilho, foi liberado no YouTube. 


Cajuína apresenta canções já queridas do público, como Emocionada e A Vida de Uma Gostosa, além de inéditas que exploram a conexão de Ananda com o Nordeste e o restante do Brasil através do forró, R&B, bachata, hip-hop, funk e trap. Natural do Recife, Ananda circulou por vários estados: Pará, Distrito Federal, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Maranhão - onde a cajuína é um patrimônio cultural. As lembranças especiais da infância maranhense inspiraram a escolha do título e a identidade visual do projeto. A fruta, que ela adotou como marca desde a faixa Arretada (2023), é também o apelido carinhoso para seus fãs. 


Coincidentemente, a cantora Lineker lançou em agosto seu último álbum intitulado Caju, o que preocupou Ananda sobre possíveis acusações de plágio. Depois de uma semana buscando novas ideias, a cantora resolveu fazer referência à bebida, cujos sabores e cores tropicais ressoam na sonoridade sensual e dançante do disco. “Eu queria trazer a cajuína para um lado um pouquinho mais lúdico. E pensei, bom, quem beber da cajuína bebe um pouco da própria história. Então, quem beber do meu álbum é como se estivesse saboreando um pouquinho da história do Nordeste e da cajuína. Na minha opinião, é um álbum cheio de cultura”, aponta Ananda. 


Em 1979, a cajuína foi musa de Caetano Veloso no álbum Transcendental. Ele eternizou em versos a memória do amigo piauiense Torquato Neto após visitar seu pai, que havia acabado de perder o filho, e saborear a bebida na ocasião. Da mesma forma, Ananda se encantou pela cajuína à primeira vista em visita à cidade de São Paulo. “Naquele momento, percebi que não havia outro nome mais perfeito. Assim que bati o olho, soube: (o nome do álbum) seria Cajuína”, explica a artista.


Cajuína chega ao público sete meses após o EP Mabuia, que, até então, era o maior projeto na breve carreira musical da cantora pernambucana e refletia suas raízes nordestinas. “ Passei um ano pensando nele, depois trabalhamos intensamente durante cinco dias para finalizar, e ainda levou quase mais um ano até o lançamento. Então, é muita emoção! Não consigo nem explicar. Estou muito, muito emocionada e feliz”. e ainda levou quase mais um que já trabalhou com artistas como Luísa Sonza, Juliette e Iza, e conta com um time de compositores de peso, incluindo Nina, Chum, Fraga, Caio Passos e Paiva Prod, que colaboraram para compor a pegada única de Xameguin.


A recifense foi uma das vozes que brilharam no palco do Coke Studio, a ativação da Coca-Cola no Rock in Rio 2024. Com apenas 30 minutos, a apresentação foi breve, mas representou a realização de um sonho. Em 2022, ainda em tratamento contra o câncer, Ananda havia prometido ao médico que estaria no Rock in Rio naquele ano, quando lançaria seu primeiro single, Arretada. Fazendo jus à canção, cumpriu sua promessa e agora deu mais um passo rumo ao seu maior sonho: subir no palco Mundo ou Sunset do festival. 


“Acredito que o álbum me trará uma boa relação com as plataformas digitais, como o Spotify, e isso vai ajudar a impulsionar os shows, especialmente os de rua, que são o que mais gosto de fazer. Tenho certeza absoluta: em 2026, talvez ainda esteja começando, mas em 2028... se eu não estiver no palco do Sunset, estarei no Mundo”, projeta. Antes de chegar lá, Ananda deseja fazer sua primeira turnê nacional, com Pernambuco e o Nordeste, é claro, incluídos no percurso. Ela pretende estabelecer parcerias com artistas conterrâneos que possam abrir portas para negociações com contratantes. “O público nordestino sou eu. Eu consumo músicas nordestinas. Então, faz todo sentido fazer show aí”, conclui. 


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