COLUNA
Pesquisa revela: cães também podem ser considerados "pessoas"
Equipe utilizou a tecnologia de ressonância magnética funcional (fMRI), para observar o cérebro de cães acordados e conscientes
Por: Claudia Molinna
Publicado em: 05/11/2024 10:07
Foto: Freepik |
O estudo liderado pelo neurocientista Gregory Berns da Universidade Emory, nos Estados Unidos, trouxe à tona uma nova visão sobre o cérebro dos cães e sua semelhança com o nosso, sugerindo que eles poderiam ser vistos como “pessoas” no sentido emocional e relacional.
A equipe utilizou a tecnologia de ressonância magnética funcional (fMRI), para observar o cérebro de cães acordados e conscientes, uma inovação em pesquisas com animais, pois evitou o uso de anestesia. Para que os cães permanecessem imóveis durante o exame, os cientistas realizaram um extenso treinamento, o que possibilitou imagens precisas das reações naturais dos animais.
Uma das áreas mais interessantes que a pesquisa explorou foi o núcleo caudado, uma região do cérebro associada à recompensa e ao afeto. Quando os cães ouviam vozes familiares ou visualizavam imagens dos seus tutores, essa região apresentava uma atividade intensa, refletindo um mecanismo de apego emocional semelhante ao que ocorre no cérebro humano, ao identificar pessoas queridas. Esses resultados sugerem que os cães não apenas reconhecem seus tutores, mas possuem laços emocionais profundos com eles, comparáveis aos vínculos entre crianças e seus pais.
A análise também revelou que os cães apresentam uma notável capacidade de reconhecer linguagem. O córtex auditivo canino, ao responder a comandos verbais familiares, demonstrou um processamento mais complexo do que se imaginava, indicando que os cães captam não apenas o som, mas interpretam esses sinais com um sentido emocional, indo além da simples resposta condicionada.
Tais descobertas levantam reflexões importantes sobre o papel dos cães em nossa sociedade e sobre a forma como eles são tratados. Se possuem habilidades emocionais e uma capacidade de conexão tão similar à nossa, o status dos cães como “pessoas não-humanas” ganha legitimidade.
Esse estudo reforça a importância de tratá-los com respeito e sensibilidade, reconhecendo-os não apenas como animais de estimação, mas como seres com uma vida emocional rica, fortalecendo a conexão afetiva entre humanos e cães.
MULHERES ASSUMEM O COMANDO DOS LARES EM NÚMERO INÉDITO, SEGUNDO O IBGE
Foto: Freepik |
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou dados que apontam uma mudança histórica na configuração familiar brasileira. Pela primeira vez, o número de mulheres que se identificam como responsáveis pela casa supera o de mulheres que se autodeclaram esposas.
Segundo o levantamento, 50,8% das mulheres brasileiras são agora as principais provedoras ou responsáveis pelo lar, enquanto 49,2% são identificadas principalmente no papel de esposa. Esse marco reflete transformações profundas nas relações sociais e econômicas, que vêm se desenrolando nas últimas décadas.
O papel de chefe de família, tradicionalmente associado aos homens, passou a ser ocupado por um número crescente de mulheres. Essa mudança é influenciada por vários fatores, como o aumento da participação feminina no mercado de trabalho e o crescente número de famílias monoparentais lideradas por mulheres. Além disso, a independência econômica e a busca por igualdade de direitos têm impulsionado uma redefinição do papel da mulher dentro do lar e na sociedade.
A pesquisa do IBGE reflete um cenário em que as mulheres estão cada vez mais ativas como líderes de suas famílias, assumindo tanto responsabilidades financeiras quanto decisões domésticas. Essa transformação aponta para um empoderamento que impacta diretamente na estrutura familiar e nos modelos tradicionais de relacionamento, sugerindo que a mulher brasileira está se consolidando como uma figura central no sustento e na organização dos lares.
244 CIDADES ELEGEM PREFEITAS PELA PRIMEIRA VEZ
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Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou uma conquista histórica para a representatividade feminina nas eleições municipais: pela primeira vez desde o ano 2000, 244 cidades brasileiras elegeram mulheres para a prefeitura. Esse dado reflete o impacto das recentes transformações sociais e políticas que têm promovido a presença das mulheres em cargos de liderança pública, especialmente em regiões onde a ocupação desses cargos era predominantemente masculina.
As mulheres na política brasileira, apesar dos avanços, ainda enfrentam uma série de obstáculos, como o preconceito estrutural e a limitada destinação de recursos para campanhas femininas. Esse cenário torna os resultados do levantamento do IBGE ainda mais significativos, pois demonstra o fortalecimento das mulheres nos espaços de decisão e o apoio crescente dos eleitores para mudanças nas lideranças municipais.
As 244 prefeitas eleitas representam uma diversidade de trajetórias e propostas, muitas das quais priorizam temas como saúde, educação, e políticas sociais inclusivas. Em especial, a ampliação do número de mulheres na liderança municipal tem potencial para fomentar políticas de enfrentamento à violência de gênero e apoio à autonomia feminina.
Os dados também indicam que esse avanço é apenas uma parte do caminho. As mulheres ainda representam uma pequena parcela das lideranças políticas no país. Esse marco pode impulsionar novos incentivos e políticas públicas que promovam um cenário mais equilibrado, onde as mulheres tenham mais oportunidades de disputar cargos de liderança.
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