REDE SOCIAL
Prestigiado jornal britânico The Guardian deixa a rede social X
O jornal considera a rede social "tóxica" e afirma que ela está a serviço do discurso político do seu proprietário, Elon MuskPublicado em: 13/11/2024 15:49 | Atualizado em: 13/11/2024 17:32
Rede social X, antigo Twitter (foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP) |
O jornal britânico The Guardian declarou hoje que decidiu deixar de publicar notícias em suas contas na plataforma X, que considera "tóxica" a serviço do discurso político do seu proprietário, Elon Musk.
Num anúncio aos leitores, o jornal explicou que a recente campanha eleitoral nos Estados Unidos serviu apenas para sublinhar o que há muito considerava. “Que o X é uma plataforma tóxica e que o seu proprietário, Elon Musk, conseguiu usar a sua influência para moldar o discurso político. Isto é algo que temos vindo a considerar há algum tempo, tendo em conta o conteúdo perturbador que é frequentemente promovido ou encontrado na plataforma, incluindo teorias da conspiração de extrema-direita e racismo", argumentou.
O The Guardian ainda esclareceu que os usuários do X vão poder continuar a partilhar artigos do jornal naquela rede social e que a natureza da informação noticiosa em direto implica que, ocasionalmente, continuem a inserir conteúdos do X nos seus artigos. "As redes sociais podem ser uma ferramenta importante para as organizações de notícias e comunicação e nos ajuda a chegar a novos públicos, mas, neste momento, o X desempenha um papel menor na promoção do nosso trabalho", afirmou o veículo.
O jornal também acrescentou que acredita que os recursos podem ser mais bem gastos na promoção do seu jornalismo em outras áreas. "Felizmente podemos tomar esta decisão porque o nosso modelo de negócio não depende de conteúdo viral adaptado aos caprichos dos algoritmos gigantes das redes sociais, mas sim dos seus leitores.
O multibilionário Elon Musk foi um aliado essencial no apoio ao retorno do republicano Donald Trump à Casa Branca e irá, inclusive, fazer parte da equipe do novo governo norte-americano em janeiro, na criação do Departamento de Eficiência Governamental, liderado pelo também empresário Vivek Ramaswamy.
O comitê de ação política de Musk, o America PAC, gastou cerca de US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão, na cotação atual) para a campanha de Trump, que venceu a disputa contra Kamala Harris para a presidência dos EUA. Os comitês de ação política são instituições privadas que, por lei nos EUA, podem doar dinheiro para campanhas de políticos. A verba foi destinada, principalmente, aos eleitores indecisos além daqueles que estavam votando pela primeira vez e nas localidades historicamente dominadas pelos democratas.