Embora o tema esteja em alta dentro do governo federal, o Palácio do Planalto reconhece que não há condições práticas de implantar a tarifa zero no transporte público já em 2026. A proposta, que vem sendo discutida em reuniões internas, é considerada uma das principais apostas políticas para impulsionar a campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo fontes próximas ao governo, o cronograma eleitoral e a complexidade técnica da medida tornam inviável sua implementação antes do próximo pleito. O projeto ainda está em fase inicial de estudo, sem detalhes suficientes para ser apresentado oficialmente à população. As informações são do Broadcast.
Apoio político e expectativas
Nos bastidores, aliados de Lula avaliam que a recente aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto que isenta do Imposto de Renda trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil fortalece a imagem do governo como cumpridor de promessas sociais. A aposta é de que essa credibilidade possa abrir caminho para novas propostas, como a tarifa zero, em um eventual novo mandato.
Um assessor do Planalto afirmou que a medida está sendo estudada com cautela, especialmente devido ao impacto fiscal. Em agosto, Lula solicitou ao Ministério da Fazenda um levantamento sobre o custo e a viabilidade econômica da gratuidade nos transportes urbanos. O estudo deve levar em conta não apenas o gasto direto, mas também os efeitos indiretos na economia — como o aumento do consumo e a consequente ampliação da arrecadação.
Desafios e possíveis impactos
Pesquisas realizadas por entidades privadas nos últimos anos já indicaram resultados positivos na adoção da tarifa zero em escala local. Atualmente, 138 municípios brasileiros mantêm sistemas de transporte totalmente gratuitos.
Além de ter potencial de aprovação popular, o fim da cobrança nas passagens poderia contribuir para reduzir a inflação, já que os reajustes tarifários têm peso indireto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Ainda assim, especialistas alertam que o impacto orçamentário seria expressivo e que o modelo exigiria novas fontes de financiamento estáveis para se tornar realidade em todo o país.






